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Riqueza ilegal Suíça enfim libera dossiê que mostra que Teixeira e Havelange levaram R$ 45,5 mi em subornos RODRIGO MATTOSDE SÃO PAULO O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, receberam R$ 45,5 milhões em subornos para facilitar a negociação de contratos de Copas do Mundo. A informação consta em documento da Justiça suíça tornado público ontem e que relata acordo para encerrar um processo criminal contra os cartolas brasileiros. Ambos não comentaram o fato. É o chamado dossiê ISL, ex-parceira comercial da Fifa e pivô do maior caso de corrupção da história do futebol. O jornal suíço "Handelszeitung" obteve o documento e o divulgou. A Fifa também o publicou em seu site ontem. Na década de 90, a ISL fechou contratos com a Fifa por direitos de televisão e marketing do Mundial. Para isso, a Internacional Sports Leisure e suas subsidiárias pagaram 158 milhões de francos suíços (R$ 329 milhões) para dirigentes da cúpula da Fifa. Do total, 21,9 milhões de francos suíços (R$ 45,5 milhões) foram dados a empresas ou diretamente para Teixeira e Havelange. O documento suíço lista 30 pagamentos feitos aos cartolas de 1992 a 2000, quando Teixeira era da cúpula da Fifa e Havelange presidia a entidade. Um total de 12,74 milhões de francos suíços foi para a Sanud, empresa em Liechtenstein que foi de Teixeira, como mostrou a CPI do Futebol. Outros 7,664 milhões de francos suíços foram pagos à Redford Investments Ltd, de Teixeira e Havelange. Outro 1,55 milhão de francos suíços foi dado diretamente ao ex-presidente da Fifa. "O acusado Ricardo Teixeira ilegalmente usou valores confiados a ele em seu enriquecimento pessoal por várias vezes", afirmou o procurador suíço Thomas Hildbrand, no documento. "Ele agiu com intenção de enriquecer ilegalmente." As mesmas palavras são usadas para descrever as acusações contra Havelange. Os pagamentos são chamados de "imorais" e "ilegais". O procurador relata que a ISL os subornou pela influência que tinham na Fifa. Testemunhos de executivos da empresa relatam que pagamentos a dirigentes da Fifa eram essenciais para efetivar os contratos. Outros dirigentes também foram subornados, mas não são nomeados por não serem objeto da ação. A investigação da Justiça suíça começou no início da década passada, quando a ISL faliu. Durante o processo de falência, os pagamentos foram detectados e uma ação contra Teixeira e Havelange foi aberta em 2008. Em 2010, a Procuradoria fechou acordo com os acusados e com a Fifa para encerrar o processo e tornar seus dados sigilosos. Para tanto, Teixeira pagou 5 milhões de francos suíços à massa falida da ISL, e Havelange, 500 mil francos suíços. Mas jornais suíços e a BBC lutaram pela publicação da ação e ganharam. Em março, Teixeira, 65, renunciou à CBF pressionado por acusações no Brasil e no exterior. Havelange, 96, renunciou a cargo que ocupava no COI (Comitê Olímpico Internacional). Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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