Potências encolhem em Londres

Nos dois últimos dias, as maiores potências do esporte olímpico apresentaram suas delegações. Tanto China quanto EUA terão muito menos atletas na Olimpíada de Londres do que tiveram em Pequim, há quatro anos.

A maior redução se verificou na delegação chinesa, o que seria natural considerando que o país sediou os últimos Jogos. Entretanto, a queda no número de chineses classificados caiu tanto que é menor até do que a delegação que foi a Atenas-2004.

Somente 396 atletas chineses competirão em Londres. Em Pequim-2008, foram 639 e, há oito anos, 407. Nos próximos Jogos, por exemplo, a China não terá representantes masculinos em dois esportes coletivos -futebol e vôlei-, o que contribui para reduzir em 30 atletas.

Apesar disso, dirigentes chineses continuam apostando numa enxurrada de pódios. Na última Olimpíada, o país asiático desbancou os EUA do topo do quadro de medalhas, sendo o país que mais conquistou ouros (51).

"Os atletas chineses devem estar suficientemente preparados para enfrentar desafios [em Londres]. Lutaremos por cada ouro", disse Liu Peng, ministro do Esporte do país.

"No quadro de medalhas, a China certamente ficará entre os dois melhores", afirmou Wei Jizhong, ex-secretário-geral do Comitê Olímpico Chinês, ao "China Daily".

Já os EUA, a outra superpotência olímpica, enviarão 530 atletas ao Reino Unido, 66 a menos do que a equipe que foi a Pequim-2008.

Em compensação, os americanos celebraram um feito. Pela primeira vez, a equipe dos EUA terá mais mulheres (269) que homens (261).

O equilíbrio entre o número de representantes dos dois gêneros foi atribuído a uma emenda constitucional de 1972, responsável pelo boom do esporte feminino no país.

O Título IX proíbe a exclusão ou cessão de benefícios a estudantes com base no sexo, em qualquer atividade educacional (esporte inclusive) que receba assistência financeira pública.

"Estou orgulhoso por a equipe olímpica dos EUA ter pela primeira vez mais mulheres que homens -uma verdadeira prova do impacto do Título IX, que, nos últimos 40 anos, aumentou as oportunidades no esporte para milhões de mulheres pelo país", disse Scott Blackmun, chefe-executivo do Usoc (Comitê Olímpico dos EUA).

Em Pequim, os EUA ganharam menos ouros que a China (36 a 51), mas levaram mais medalhas (110 a 100).

Com as agências de notícias