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Blatter aumenta pressão sobre Havelange

FIFA
Novo comitê de ética terá missão de investigar ex-presidente, que pode perder cargo

DE SÃO PAULO

Pressionado a limpar o nome da Fifa após dois grandes escândalos recentes, o presidente Joseph Blatter decidiu cercar seu antecessor, o brasileiro João Havelange.

O Comitê-Executivo da entidade aprovou ontem uma nova versão do código de ética, que tem como novidade o fim da prescrição para casos de suborno e corrupção.

A medida atinge em cheio Havelange, que pode perder o posto de presidente honorário da Fifa devido ao envolvimento no escândalo ISL.

Na semana passada, o dossiê do caso, já encerrado pela Justiça suíça, veio a público e revelou que o cartola brasileiro e seu antigo genro Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, receberam R$ 45,5 milhões de suborno relacionado à venda dos direitos comerciais de Copas do Mundo durante os anos 1990.

"O caso ISL já foi resolvido legalmente. Agora, também será resolvido moralmente", manifestou-se Blatter, por meio do seu perfil no Twitter.

Segundo o presidente, o futuro de Havelange será decidido pelo Comitê-Executivo, provavelmente em 2013. O dirigente suíço já disse que seu antecessor "não pode continuar após esses incidentes".

Teixeira está livre de punições pela Fifa, já que renunciou à sua vaga no conselho.

Eles serão investigados pelo novo comitê de ética da entidade, comandado pelo advogado norte-americano Michael J. Garcia e pelo juiz alemão Hanz-Joachim Eckert.

Garcia vai comandar a câmara de investigação e Eckert chefiará a câmara arbitral (para os julgamentos). São sete membros de investigação e oito para julgamentos, nenhum deles brasileiro.

Além do caso ISL, eles terão a missão de investigar as escolhas de Rússia e Qatar como sedes das Copas de 2018 e 2022, respectivamente. Há suspeitas de que houve suborno a membros eleitores.

Foi o escândalo na eleição para os Mundiais, em 2010, que pressionou Blatter, ex-parceiro e secretário-geral de Havelange, a reformular o comitê e o código de ética.

"Garcia vai ter não só o direito, mas o dever de analisar esse caso no Comitê de Ética e apresentar um relatório ao Comitê-Executivo", disse Blatter. "Os presidentes de ambas as câmaras são totalmente independentes."

Garcia tem histórico fora do futebol. Ele investigou, por exemplo, o escândalo de prostituição envolvendo o então governador de Nova York, Eliot Spitzer. Já Eckert presidiu o tribunal da Baviera, em Munique, e, entre outros, investigou o caso de corrupção e suborno envolvendo a empresa alemã Siemens.

Com as agências de notícias

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