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Crise só vai afetar atletas espanhóis após Olimpíada

Diretor de comitê diz que corte de gastos não atingiu preparação para Londres

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ESTRASBURGO

A crise financeira não deve afetar a equipe olímpica da Espanha nos Jogos de Londres, cuja cerimônia de abertura será na sexta-feira. Quem promete é o diretor de esportes do comitê olímpico do país (COE), Ricardo Leiva.

A Espanha está afundada em dívidas. O Banco Central do país estimou que a dívida dos bancos subiu de € 288 bilhões em maio para € 337 bilhões em junho. O governo anunciou aumento de impostos e corte de gastos.

Praças e pontos turísticos de Madri têm sido tomados pela população para protestar contra as medidas do governo de Mariano Rajoy.

Mas nada disso parece afetar os esportes olímpicos imediatamente. "O ciclo olímpico já está fechado, e o plano de ajuda aos atletas cumpriu seus objetivos", explicou

Leiva. "Nossos desportistas vão a Londres em magníficas condições e com a meta econômica fechada."

A Espanha terminou a última edição dos Jogos na 15ª colocação, com 18 medalhas, sendo cinco de ouro -uma delas com Rafael Nadal, que anunciou nesta semana sua ausência em Londres devido a uma contusão no joelho.

Para efeito de comparação, em Pequim-08 o Brasil foi o 23º, com 15 pódios, mas três medalhas de ouro.

A crise econômica espanhola chegará aos esportistas da elite do país exatamente no final da Olimpíada de Londres. A premiação aos medalhistas sofreu um congelamento, segundo informou o comitê do país.

Os campeões vão receber € 94 mil pelo título, valor idêntico ao dado àqueles que triunfaram quatro anos atrás. Em Atenas-04, o ouro rendeu cerca de € 75 mil.

O CSD (Conselho Superior de Esportes) cortará gastos. O Centro de Alto Rendimento de Madri deve perder cerca de € 2 milhões para a temporada 2012-2013.

Seu orçamento anual é de cerca de € 180 milhões.

O imponente centro, construído para servir como uma das bases de treino dos espanhóis para Barcelona-92, terá de interromper o investimento em equipamentos.

"Teremos que sobreviver dessa maneira", disse Jesús Mardarás, diretor do centro, à Folha, que visitou o local na última quinta-feira.

A brasileira Maurren Maggi, campeã olímpica no salto em distância, se prepara para os Jogos de Londres no centro espanhol. Ela treina em uma pista coberta e climatizada artificialmente. Segundo Mardaras, Maurren não paga para usar a instalação.

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