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Futebol das mulheres vai mal nos EUA

2012 Fim da liga norte-americana deixa destaques desempregadas

DO ENVIADO A LONDRES

A eterna situação de penúria do futebol feminino se espalhou e chegou aos EUA, ex-eldorado da categoria.

A seleção dos EUA, atual campeã olímpica, vai aos Jogos de Londres com um cenário de desprestígio em casa semelhante ao sempre enfrentado pelas brasileiras.

Das 18 jogadoras convocadas para disputar a Olimpíada, oito estão hoje desempregadas. Outras estão ligadas a clubes inativos.

Culpa da falência da liga profissional do país, que em janeiro havia cancelado a edição da temporada 2012 e em maio decretou o fim definitivo de suas operações.

A lista de desempregadas da equipe americana tem algumas das maiores estrelas do time, casos da meia Shannon Boxx, 35, e da atacante Abby Wambach, 32.

Criada em 2008, após a Olimpíada de Pequim, a WPS (Women's Professional Soccer) fez das jogadoras brasileiras sua atração principal.

No primeiro "draft" (processo em que os times escolhem suas atletas), quatro brasileiras estiveram entre as cinco primeiras escolhidas.

A meio-campista Formiga foi a primeira, depois vieram Marta, Daniela e Cristiane. Outras seis jogadoras do país também jogaram a liga.

Hoje, nenhuma das comandadas do técnico Jorge Barcellos vive nos EUA.

Das 18 atletas da seleção brasileira, 12 jogam no Brasil, duas na Suécia (inclusive Marta) e quatro na Rússia, que tem um campeonato profissional desde 1992. E o time ainda é dos mais internacionais. A exportação de mão de obra praticamente não existe no futebol feminino.

Entre os 12 times que disputam o torneio olímpico, a média de "jogadoras domésticas", de acordo com informações da Fifa, é de 75%.

No campeonato de futebol masculino, a média é bem mais baixa: 54,3%.

Ao contrário de outras edições da Olimpíada, desta vez a seleção brasileira feminina suavizou as críticas à CBF.

O presidente da entidade, José Maria Marin, escreveu que "a CBF dá o apoio que lhe compete" à categoria.

"Ao contrário do que se imagina, a existência do futebol feminino no Brasil passa pelo suporte que a entidade presta na formação de suas seleções", disse o cartola.

A única competição organizada pela confederação é a Copa do Brasil feminina, que vai de março a junho. O time estreia nos Jogos na quarta, ante Camarões, em Cardiff.

A seleção se concentra no País de Gales. Como só 18 jogadoras fazem parte do grupo, o técnico do Brasil contou com a ajuda de voluntários para completar dois times e poder fazer um treino.

(MF)

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