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De olho

COB monta time de 'espiões' no centro de treinamento da delegação para monitorar e analisar vídeos de possíveis oponentes de brasileiros

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O COB montou o seu "big brother" no Crystal Palace. Desde a semana passada, sete funcionários da entidade trabalham numa sala da concentração brasileira em Londres espionando os adversários dos atletas nacionais.

Sentados diante de computadores, eles são responsáveis por analisar tecnicamente vídeos que mostram centenas de rivais do boxe, vôlei de praia, judô, taekwondo, basquete, futebol e handebol.

Atualmente, o grupo tem como alvo principal as partidas e torneios amistosos realizadas por todo o planeta.

A partir da cerimônia de abertura da Olimpíada, na sexta-feira, a equipe fará um levantamento praticamente em tempo real das lutas e jogos dos brasileiros e seus adversários na competição.

Eles deverão trabalhar das 8h até o início da madrugada do dia seguinte.

"A intenção é dar o maior número de informações para os nossos atletas", afirmou o preparador físico Jorge Bichara, que comanda a equipe de ciência do esporte do COB.

"No caso do boxe, informamos, por exemplo, quantos golpes o adversário dá por round, a incidência deles. Levamos a informação até o último detalhe", acrescentou.

A seleção feminina de futebol tem a ajuda de um "espião" do COB. Ele trabalha fazendo as estatísticas do time e dos seus adversários. Na semana passada, a equipe liderada por Marta conquistou um torneio amistoso na Suíça ao derrotar o Canadá.

A seleção fará amanhã o seu primeiro jogo na Olimpíada. Será contra Camarões, em Cardiff, no País de Gales. Nova Zelândia e a anfitriã Grã-Bretanha também fazem parte do grupo do Brasil.

No total, Bichara comanda 21 profissionais em Londres. Os últimos desembarcam na Inglaterra nos próximos dias.

Além dos espiões, responsáveis pelas análises, o grupo de ciência do esporte do Comitê Olímpico Brasileiro conta com especialistas em fisiologia, bioquímica, nutrição, psicologia, meteorologia e treinamento esportivo.

"O que se define como ciência do esporte é na verdade uma quantidade muito ampla de informações que são trazidas para que técnico e atleta possam utilizá-las nos treinos e nas competições da melhor maneira possível", diz Bichara, antes de negar interferência ao trabalho feito pelas comissões técnicas.

"Mas o líder será sempre o treinador. Ele que decide o que é melhor para o atleta."

A delegação brasileira em Londres tem 258 atletas em 32 modalidades. Essa é a segunda maior da história do país nos Jogos, atrás apenas de Pequim-2008, quando levou à China 277 esportistas.

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