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Juca Kfouri

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Ora, ora, o ouro...

Do fechado clube dos oito países campeões mundiais de futebol, só o Brasil não tem a medalha de ouro olímpica.

Uruguaios e argentinos somam quatro, britânicos têm duas, franceses, espanhóis, italianos e alemães têm uma cada país.

Como se sabe, o máximo que os brasileiros conseguiram foram duas pratas, em 1984 (com Dunga no meio de campo) e em 1988 -com Romário e Bebeto no ataque, Taffarel e Jorginho na defesa e Mazinho no meio, todos campeões mundiais em 1994.

Há ainda dois bronzes, em 1996, com Ronaldo e Rivaldo, e em 2008, com Ronaldinho Gaúcho, Alexandre Pato, Thiago Silva e Marcelo -os três últimos de volta na busca do ouro.

Se a seleção brasileira se orgulha, com motivos, de ter participado de todas as Copas do Mundo, dos 22 torneios olímpicos de futebol masculino ela participou apenas da metade e, de 1952, ano da primeira participação, para cá, por quatro vezes foi eliminada ainda nos pré-olímpicos.

Verdade que a busca do ouro é razoavelmente recente, desde quando, em 1984, foi liberada a participação de profissionais.

Durante um longo período, entre 1952 e 1980, só as seleções dos países comunistas levaram o ouro, que não era apenas de Moscou -embora tenha sido duas vezes-, mas também húngaro, tri e maiores campeões, polonês, alemão oriental, tcheco e iugoslavo.

Até o jovem futebol africano, e por duas vezes com Nigéria e Camarões, tem

o ouro que um dia desprezamos por inatingível e hoje aspiramos com ar superior, até porque sabemos que ninguém irá para as ruas festejá-lo.

Mano Menezes está certo em dizer que não tem nada a ver com os fracassos anteriores -e, cá entre nós, as pratas não foram fracasso algum, apenas naturais frustrações- mas é sensível o suficiente para saber que joga sua grande cartada no único torneio olímpico que não reúne o que há de melhor na especialidade.

Sim, os brasileiros estão no Reino Unido na qualidade de favoritos, assim como espanhóis, uruguaios e mexicanos, além do que vier da África, como o Senegal, por exemplo, têm exatamente as mesmas intenções.

Como quem desdenha quer comprar, por maluco que pareça, há quem prefira o ouro olímpico inédito ao hexacampeonato mundial e, mais ainda, ao eneacampeonato da América.

Quem?

Este olímpico e fleumático, porque contaminado pelo ambiente londrino, colunista.

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