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Abertura a profissionais nos Jogos pode nocautear Cuba

BOXE
Mudança prevista para depois de Londres prejudica atletas da ilha

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Após Londres, Cuba verá seu espaço definhar em Olimpíadas e competições estratégicas para o país, como o Pan de 2015 e Mundiais que classifiquem aos Jogos.

Nesses torneios e em seus respectivos classificatórios, a Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) permitirá a participação de boxeadores profissionais, a Folha apurou com fonte na Aiba.

A associação, que aproximará as regras amadoras às profissionais, lança no ano que vem uma liga de boxe profissional, a APB, que pagará bolsas e promoverá lutas. Disputa de título mundial será em 12 assaltos, e não três.

Boxeadores profissionais com até 15 lutas podem aderir à APB desde que o façam dois anos antes dos Jogos e permaneçam por igual período após a Olimpíada. Eles terão 56 vagas reservadas.

Só que Cuba nada na contramão e nem participou da World Series of Boxing da Aiba, torneio com regras mistas amadoras e profissionais, espécie de teste para as mudanças que ocorrem após os Jogos Olímpicos de Londres.

Além da retirada do capacete protetor e da camiseta, a alteração nas regras que mais impactará os boxeadores cubanos é a mudança na contagem de pontos.

Ao invés da soma por um sistema computadorizado de meros toques -não importa se acertados com força ou não-, a especialidade dos cubanos, os jurados passarão a trabalhar com o sistema que define os resultados no pugilismo profissional.

Trata-se da contagem que confere dez pontos ao vencedor de cada assalto e nove, ou menos, para o lutador derrotado. Ela valoriza a agressividade, a potência dos golpes e quem consegue levar o adversário à lona.

Sob a regras atuais, de acordo com os críticos, o boxe amador se aproxima bastante de um tipo de esgrima.

As categorias de peso do amadorismo e do profissionalismo da Aiba serão unificadas para que o pugilista possa competir tanto no profissionalismo como em combates amadores.

Com o advento da APB, o lutador pode experimentar as águas do profissionalismo e verificar se se adapta bem a elas sem precisar abrir mão de seu status de amador.

Será a Aiba que arcará com os custos de organização das lutas e das bolsas dos atletas. Na prática, assumirá o papel do promotor dos combates.

Para garantir a máxima competitividade, o vencedor dos confrontos receberá 60% da bolsa, e o perdedor, 40%.

O status de quem conquistar um título da Aiba, entretanto, será diferenciado. O campeão sempre terá 70% da bolsa, e o desafiante, 30%.

A competição de boxe em Londres começa no sábado.

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