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Edgard Alves O limite está próximo? Discussões sobre os limites do homem voltam a cada nova Olimpíada. Desta vez não é diferente, principalmente pela curiosidade que desperta a proximidade do encontro de inúmeros recordistas nas várias modalidades em praças esportivas de Londres. Mas não existe um consenso sobre a questão. Enquanto alguns cientistas apontam que as marcas esportivas estão a ponto de uma estabilização, outros discordam dessa hipótese. Para apimentar o debate, o doping, constantemente aprimorado, entra na pauta como vilão, um fantasma que pode ajudar na quebra de recordes. A realidade mostra que novas drogas colocam o doping sempre na frente das agências de controle. E aí não tem a dúvida sobre quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. A partir de Atenas-2004, passou-se a reter uma segunda amostra da coleta antidoping para análise futura, quando, ao detectar nova droga no mercado, o controle refaz o procedimento. Após Pequim-2008, pegou cinco casos. Os testes positivos crescem a cada ano. De janeiro até 19 de junho, a Wada (Agência Mundial Antidoping) anunciou que foram constatados 107 casos. Já foram realizados para esta Olimpíada 300 testes, todos negativos. Estão programados 5.000 deles, 10% a mais do que em Pequim. Todos os medalhistas passam pelo controle. A tecnologia é outro fator que favorece recordes, como ficou evidente na natação, com os maiôs de poliuretano há dois anos. Mas, ali, a solução do problema foi simples, bastou proibir o uso da vestimenta. Calçados especiais, uma vara no atletismo para o salto ou um barco, entre outros, podem provocar uma leve vantagem. Mesmo assim, Steve Haake, da universidade britânica de Sheffield Hallam, afirmou para a agência de notícias France Presse que todos os recordes estão chegando ao seu teto e que a margem de progressão também diminuiu. Outro cientista, Geoffroy Berthelot, do Instituto Nacional do Esporte francês, repassou os recordes olímpicos desde Atenas-1896 e concluiu que os atletas alcançaram 99% de seu potencial nos limites naturais da fisiologia humana. Atletas fora de série, com condições físicas excepcionais, não foram contemplados nos modelos de estudo, o que abre caminho para a dúvida. Portanto, o debate sobre o tema vai continuar em alta, tornando as disputas mais interessantes. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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