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Multiétnica, equipe britânica recruta atletas de 35 países

'Estrangeiros' sofrem com perseguição da mídia, mas estrelas de fora ganham apoio de torcedores

DANIEL BRITO
MARIANA BASTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A LONDRES

Uma delegação formada por atletas nascidos em 35 países diferentes, além dos quatro que formam a Grã-Bretanha que compete nos Jogos. É o retrato multiétnico do "Team GB", nome pelo qual a equipe olímpica anfitriã é conhecida em seus domínios.

Entre os 542 atletas que defenderão a Grã-Bretanha nos Jogos, 62 nasceram fora das fronteiras que abrangem a Inglaterra, o País de Gales, a Escócia e a Irlanda do Norte.

A proporção é um reflexo da própria sociedade britânica, composta em 12% por pessoas do exterior. Em Londres, o percentual chega ao dobro.

Apesar disso, "estrangeiros" ganharam uma alcunha com tons xenofóbicos. Setores da mídia conservadora local os apelidaram de "britânicos de plástico" (plastic brits) e exigiram que todos soubessem cantar cada verso do hino nacional.

As constantes cobranças irritaram alguns dos atletas que fizeram o juramento de fidelidade a Elizabeth 2ª para obter a cidadania.

Capitã da delegação no Mundial de atletismo indoor, Tiffany Porter virou o maior símbolo da perseguição ao ser indagada se sabia cantar o hino britânico. Nascida nos EUA, a atleta se recusou.

Para apagar o incêndio, dirigentes do atletismo prometeram que todos chegariam aos Jogos com o "God Save the Queen" na ponta da língua. A modalidade contará com dez representantes nascidos fora da Grã-Bretanha.

Apesar da perseguição da mídia, muitos "estrangeiros" são bem recebidos pelos torcedores britânicos, sobretudo as grandes estrelas.

Luol Deng, 27, do Sudão do Sul, é tido como embaixador do basquete britânico. O ala-armador do Chicago Bulls tinha nove anos quando chegou a Londres com sua família após se refugiar no Egito.

O jogador da NBA só se naturalizou em 2006.

Além de Deng, a Grã-Bretanha teve que recorrer a outros estrangeiros para obter sucesso -ou ao menos não passar vergonha- em modalidades nas quais não possui atletas de grande destaque.

No tênis de mesa, naturalizou uma chinesa, Na Liu, em 2008. No salto triplo, foi reforçada pela vice-campeã mundial, Yamile Adalma. A cubana, que chegou a defender o Sudão nas Olimpíadas de 2004 e de 2008, ganhou o passaporte britânico em 2010.

Até mesmo um brasileiro foi "recrutado" pela Grã-Bretanha. O carioca Mark Plotyczer, conhecido como Samba, é da equipe de vôlei.

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