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Mind the gap

Britânicos têm bilhete premiado

PAULO COBOS
EDITOR-ADJUNTO DE “ESPORTE”

BRITÂNICOS e brasileiros que fazem uma "fezinha" em casas lotéricas têm algo em comum. Parte de suas apostas financiam o esporte olímpico.

A diferença é que no caso dos europeus o resultado desse investimento é muito mais palpável.

O programa britânico foi criado em 1997, um ano depois do maior fracasso do país numa Olimpíada. Em Atlanta-96, os britânicos ganharam só um ouro e terminaram em 36º na classificação geral.

Desde a criação do apoio dos apostadores, o país só subiu no quadro de medalhas, chegando à quarta posição em Pequim, com 47 pódios, 19 no lugar mais alto.

A lei que criou os repasses da loteria no Brasil foi instituída em 2001, um ano depois de o Brasil ganhar 12 medalhas em Sydney, nenhuma de ouro.

Em Pequim, foram 15 medalhas, três de ouro.

E não é pela quantidade de dinheiro que os britânicos sobem nos Jogos de elevador enquanto os brasileiros vão de escada.

Nos quatro anos do ciclo para Londres, o esporte britânico recebeu o equivalente a R$ 983 milhões.

No caso brasileiro, só o COB recebeu R$ 421 milhões entre 2009 e 2011, segundo a Caixa. Somando 2012, a conta vai ficar em cerca de R$ 600 milhões. O Ministério do Esporte ainda recebeu quase R$ 1,1 bilhão da loteria entre 2009 e 2011.

Os europeus, obviamente, já tinham uma estrutura esportiva melhor. Mas também preferiram investir em esportes que rendem muitas medalhas.

Entre os jogos de Sydney e Pequim, o ciclismo foi amealhado com R$ 115 milhões, enquanto o vôlei recebe apenas R$ 13 milhões.

Ainda sobra transparência no programa britânico. No site oficial, é possível saber quantos atletas são atendidos com o dinheiro de loterias e até a previsão de desempenho de cada modalidade.

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