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Dilma recebe Blatter e ouve sobre 'sedes no vermelho'

Em reunião definida em cima da hora, Fifa cobra agilidade para 2014

LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Uma reunião incluída em cima da hora na agenda da presidente Dilma Rousseff, ontem, em Londres, serviu para o mandatário da Fifa, Joseph Blatter, demonstrar mais uma vez sua preocupação com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

"Algumas cidades ainda estão marcadas em vermelho", afirmou Blatter. Segundo ele, o Brasil precisa acelerar o ritmo para a Copa.

A declaração provocou irritação no ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Depois de sair da reunião, ele afirmou não concordar com a afirmação do presidente da Fifa.

"Não há cidades em vermelho. As obras estarão prontas e serão entregues para a Copa do Mundo", declarou.

Após críticas de Blatter e resposta de Rebelo, a Fifa divulgou uma nota sobre o encontro. O fim do comunicado traz uma mudança em relação ao que foi dito por Blatter: que há "estádios", e não cidades, em vermelho.

A reunião entre Dilma e Blatter ocorreu no hotel Ritz, onde a presidente está hospedada. A conversa não estava na agenda oficial divulgada anteriormente. Ela foi inserida em cima da hora a pedido de ambos, segundo os assessores de Dilma.

Blatter disse que a reunião de ontem fez parte dos encontros periódicos que combinou ter com a presidente Dilma desde o mal-estar causado pela declaração do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, de que o Brasil precisava de um "chute no traseiro" para acelerar os trabalhos.

Questionado pelos jornalistas, Blatter não fez nenhuma questão de esconder que os problemas enfrentados na organização da Copa de 2014 foram um dos principais temas abordadas na reunião. "Nós falamos dos atrasos."

De acordo com o dirigente da entidade que controla o futebol mundial, os trabalhos de fiscalização da Fifa mostram que há cidades que ainda precisam sair do vermelho, passar para o amarelo e, por último, chegar ao verde. "Existem ainda muitas coisas a fazer", insistiu o cartola.

Blatter, porém, não quis mencionar quais sedes preocupam a Fifa. Num discurso político, buscou destacar o poder econômico do país para dizer que tudo dará certo e ficará pronto a tempo.

"Isso não é algo novo numa organização de uma Copa do Mundo", disse, em relação às preocupações. "Eu tenho certeza de que no fim tudo será feito", afirmou.

Para Rebelo, é normal a demonstração de preocupação com as obras da Copa. "A palavra preocupação é uma armadilha do vernáculo porque quando você diz que está preocupado parece que tem um problema grave. Então vamos procurar outra expressão vernacular", afirmou o ministro.

Dilma não comentou ainda as declarações de Blatter. Prometeu dar uma entrevista hoje, quando poderá se manifestar sobre os temas discutidos na reunião.

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