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Brasil aposta no presente e no futuro do feminino

JUDÔ Mulheres são mais jovens e têm melhores resultados na base

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

As judocas brasileiras chegam a Londres com números que rivalizam com os do time masculino pela primeira vez. E a idade e os resultados delas mostram que no futuro também deve ser assim.

Nas últimas quatro temporadas, as brasileiras conquistaram, em Mundiais sub-20 e sub-17, quantidade e qualidade de medalhas muito superiores às dos judocas homens.

Nesse período, foram apenas duas medalhas masculinas em competições sub-20 -dois bronzes-, contra 12 femininas -quatro ouros, quatro pratas e quatro bronzes.

Já em Mundiais sub-17, as mulheres conquistaram cinco medalhas (dois ouros, uma prata e dois bronzes), contra três dos homens -duas pratas e um bronze.

"A mudança ocorreu ao entenderem que a preparação das seleções feminina e masculina não tinha que ser idêntica", explica Rosicleia Campos, a técnica das mulheres.

"Deixamos de ser um agregado do masculino, de ir para onde eles vão. Nossa agenda passou a atender necessidades nossas", diz a técnica.

O Brasil desembarcou na Inglaterra com sua seleção completa: sete homens e igual número de mulheres. Um homem e uma mulher lideraram o ranking que serviu para a classificação olímpica: Leandro Guilheiro (até 81 kg) e Mayra Aguiar (até 78 kg).

A média de idade das seleções indica uma maior longevidade da equipe das mulheres (22,2 anos) em relação à dos homens (27,4).

"Somos uma seleção jovem, porém experiente. No meu caso, acho que consigo disputar ainda 2016 e 2020", afirma Sarah Menezes, 22, da categoria até 48 kg, que estreia na próxima madrugada em sua segunda Olimpíada.

"Não seria surpreendente se as mulheres superassem os homens em termos de resultados nesta Olimpíada", reconhece Paulo Wanderlei Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô.

Mas o dirigente faz ressalva ao alertar que os homens têm mais bagagem olímpica. "Isso conta", diz o cartola.

No Pan de Guadalajara-11, apesar do bom retrospecto em torneios internacionais de judô, nenhuma brasileira conquistou o topo do pódio.

"Não sei o que aconteceu, não sei mesmo. Elas [as brasileiras] já tinham pegado no quimono de todas as adversárias. Ou já as haviam enfrentado ou, ao menos, treinado com elas", diz Rosicleia.

Suspeita-se que a magnitude de uma competição multiesportiva afetou os seus nervos. "Não acho que foi isso. O nível do Pan foi muito bom", contra-argumenta Mayra, bronze no torneio.

A CBJ espera quatro medalhas -uma de ouro- e uma final feminina em Londres.

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