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Brasil chega a Londres com incomum status de zebra

VÔLEI
Resultados recentes colocam sob risco até mesmo chance de pódio

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Considerado carro-chefe do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para a Olimpíada do Rio-2016, o vôlei brasileiro inicia hoje sua caminhada em Londres sob forte pressão.

As seleções feminina e masculina, que renderam ao Brasil dois ouros e uma prata nas duas últimas edições, chegam à atual Olimpíada sem ostentar o rótulo de grandes favoritos. Algo que não ocorria desde Sydney-2000.

O retrospecto negativo recente joga névoa até mesmo sobre a perspectiva de uma das equipes chegar ao pódio.

O time feminino, atual campeão olímpico, penou para conseguir a vaga. Ficou fora do pódio da Copa do Mundo de 2011 e teve que incluir no inchado calendário de 2012 a disputa do fraco Pré-Olímpico sul-americano, que mal serviu de preparação.

O técnico José Roberto Guimarães admite que os EUA, atuais líderes do ranking, são grandes favoritos ao ouro.

O time ainda sofre com a falta de agressividade no ataque. Zé Roberto apostou, então, em Natália. Considerada maior revelação do vôlei brasileiro neste ciclo olímpico, a jogadora está há quase um ano sem disputar um jogo oficial devido a um tumor na canela, removido com cirurgia.

Além disso, os cortes súbitos de atletas respeitadas pelas colegas, como Fabíola e a campeã olímpica Mari, também abalaram o grupo.

"A gente sente falta porque [a Mari] é uma companheira que esteve conosco durante muito tempo. Isso é normal", disse a central Thaisa.

A equipe inicia a defesa do título olímpico hoje, às 18h (de Brasília), ante a Turquia.

No masculino, o time viu sua longa hegemonia ser quebrada no ano que antecedeu a Olimpíada. Primeiro pela Rússia, que foi campeã da Liga Mundial e da Copa do Mundo em 2011. E, neste ano, pela Polônia, campeã da Liga Mundial, que se tornou o time a ser batido em Londres.

"A cobrança dessa Olimpíada está sendo diferente. A gente teve um ano de altos e baixos. A pressão é totalmente nossa, mas os adversários sabem que não estamos mortos", disse o ponteiro Dante.

Enquanto poloneses e russos chegam aos Jogos com equipes rejuvenescidas, a seleção brasileira ostenta uma média de idade de 30 anos.

Com isso, os problemas físicos se acumularam nos últimos seis meses. Os ponteiros Dante, Murilo e Giba enfrentaram longos períodos de recuperação por conta de lesões no último semestre.

Segundo eles e a comissão técnica da seleção, todos estão "zerados" para os Jogos.

Mesmo assim, a equipe teve de lidar com o tempo escasso de preparação. O grupo só conseguiu treinar junto -com exceção de Giba que sofreu leve estiramento na coxa recentemente- nas últimas três semanas. O time estreia amanhã ante a Tunísia.

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