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Judô

Atleta do Kosovo tem de competir pela Albânia

Seu país ainda não foi reconhecido pelo COI

DA ENVIADA A LONDRES

Majlinda Kelmendi gostaria de poder pensar apenas em treinar e competir. Mas quando entrar no tatame de Londres, amanhã, a judoca de 21 anos carregará também o peso de uma luta perdida por ela -e seu povo- antes de os Jogos começarem.

Se chegar ao topo do pódio, a atleta irá ouvir o hino nacional da Albânia. Mas fará história para Kosovo.

Por meses, Majlinda e os dirigentes do país lutaram para que ela pudesse competir sob a bandeira de Kosovo. Mas o território, que obteve independência em 2008, não é reconhecido ainda pelo Comitê Olímpico Internacional.

Ela seria a primeira atleta do local a disputar os Jogos.

Sobrou à judoca a opção de lutar sob a bandeira olímpica ou defender a Albânia.

"É uma pena para mim, mas mais ainda para várias atletas que estão começando suas carreiras e não podem competir de jeito nenhum", afirmou a atleta à Folha.

"É uma honra competir pela Albânia [ela tem dupla cidadania]. Mas sob a bandeira do Kosovo eu não estaria só fazendo história, mas também ajudando outros atletas a terem o direito de competir internacionalmente e a quebrar o bloqueio que impuseram injustamente a nós", afirmou a judoca.

Majlinda estreia na madrugada de domingo na categoria até 52 kg, a mesma da brasileira Érika Miranda.

"Claro que haverá mais pressão, e os olhos de toda a nação estarão voltados para mim. Mas há mais reconhecimento também", afirmou.

Majlinda teve um país que a acolheu em sua equipe, mas outros quatro atletas inscritos nos Jogos não poderão defender suas pátrias na competição. Eles vão competir sob a bandeira olímpica.

Três desses esportistas são das antigas Antilhas Holandesas, que deixaram de existir em outubro do ano passado: o velejador Philipine van Aanholt, a judoca Reginald de Windt e o corredor Liemvarvin Bonifacia.

O quarto nome é Guar Marial, do Sudão do Sul.

"Espero que no Rio [em 2016] eu possa competir sob a bandeira do Kosovo acompanhada de outros atletas que irão conseguir suas vagas. Estou ansiosa por isso", afirmou Majlinda. (ML)

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