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Ligeira

Feito inédito para o judô feminino do país, Sarah Menezes conquista 1º ouro do Brasil logo no dia de abertura da competição

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A piauiense Sarah Menezes, 22, virou ontem a primeira brasileira campeã olímpica no judô, interrompeu jejum de 20 anos sem ouros do país no esporte e ratificou o status da equipe feminina.

Surpreende o fato de Sarah, meio que sem jeito, explicar que nunca foi de acompanhar os Jogos Olímpicos.

"A primeira Olimpíada de que me lembro é a de Pequim [em 2008], quando a húngara me deu um ippon [pontuação máximo da judô]", afirmou ontem, provocando risos por sua simplicidade.

Referia-se à eliminação prematura dos Jogos pelas mãos de Eva Csemoviczki.

Também na China, Ketleyn Quadros ganhou a primeira medalha olímpica do judô feminino nacional, um bronze.

"Sempre encarei o judô como brincadeira, fazia vôlei, tudo o que era esporte. O judô eu ia treinar de terça e quinta, quando era dia de as crianças menores do que eu irem", contou a campeã.

Se ela nunca valorizou a glória olímpica, entrou para a história por se tornar a segunda brasileira campeã individual em Jogos -a saltadora Maurren Maggi faturou o ouro em Pequim-2008.

Ao chegar ao pódio para receber a medalha da categoria ligeiro (até 48 kg), foi recebida com gritos de "Sarah, Sarah" do público, com forte presença brasileira.

Com a vitória da piauiense, já foram cumpridas duas das metas projetadas pela Confederação Brasileira de Judô: a disputa de uma final para as mulheres e a conquista de um ouro, antes mesmo de a favorita do feminino, Mayra Aguiar, estrear.

O terceiro objetivo é a conquista de quatro medalhas no total. Faltam só duas agora.

Com apenas um dia de torneio, o judô nacional já tem sua melhor campanha em uma Olimpíada, pois, quando Rogério Sampaio e Aurélio Miguel foram campeões, não houve outras medalhas.

"Lutei como o Aurélio. Fui tática, pensei, raciocinei. Não fui só em busca dos ippons."

Em seu caminho até alcançar as semifinais, a piauiense havia vencido nas quartas de final a chinesa Shugen Wu, por yuko. Na estreia, a derrotada foi a vietnamita Ngoc e, na segunda rodada, a francesa Laetitia Payet.

A vaga para a decisão foi conquistada ao desbancar a belga Charline van Snick.

Mas, na final, teria de tirar o título da romena Alina Dumitru, campeã em Pequim.

E nem de longe a piauiense lembrou a Sarah de quatro anos atrás. Ela dominou facilmente sua adversária.

Ao ser questionada pela reportagem sobre Sarah ao deixar a ExCel, arena onde ocorrem as disputas do judô, Dumitru indicou que a categoria tem uma nova rainha. Com as mãos, desenhou no ar uma coroa sobre sua cabeça e, sorrindo, fez como se a estivesse entregando para uma Sarah imaginária. "Queen, queen [rainha, rainha]", repetiu a romena.

Já campeã olímpica, a judoca parabenizou o trabalho psicológico feito pela confederação brasileira com ela.

E recebeu um recado da presidente do Brasil. Em nota oficial, Dilma Rousseff parabenizou Sarah e Felipe Kitadai, bronze no até 60 kg masculino, pelas conquistas. "O governo se orgulha de ter contribuído para vitória com o programa Bolsa-Atleta."

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