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Ou não

Organização dos Jogos apela a militares para ocupar espaços vazios nas arquibancadas

MARIANA LAJOLO
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A LONDRES

Militares têm ocupado lugares nas arquibancadas da Olimpíada para evitar que sejam vistos espaços vazios nos eventos olímpicos, principalmente ginástica e natação.

Essa foi uma das medidas tomadas pelo comitê organizador de Londres-2012 diante da imagem de assentos desocupados nos dois primeiros dias de competições.

O maior problema está na arena North Greenwich, onde é disputada a ginástica. Mas isso se estende ao Centro de Esportes Aquáticos, em algumas provas, e aos estádios de futebol -o jogo de ontem do Brasil foi exceção.

A questão é que ginástica e natação foram dos esportes mais procurados quando houve a venda de ingressos. E quase todos os bilhetes foram vendidos -há várias reclamações de pessoas que não conseguiram comprá-los.

Assim, cresceram críticas de jornais e torcedores aos organizadores dos Jogos. Houve até pressão do governo federal que pediu a distribuição de bilhetes extras.

A maioria desses lugares que estão desocupados pertenceria a credenciados.

"São lugares do COI [Comitê Olímpico Internacional], de jornalistas e atletas. E há uma pequena parte de patrocinadores", afirmou o diretor de comunicação do comitê, Mark Adams, depois de uma investigação sobre o assunto.

Os setores populares, nos quais os bilhetes foram vendidos, têm ficado lotados.

Foi o que se viu pela segunda vez ontem em North Greenwich. O setor de credenciados, que inclui três conjuntos de cadeiras, estava quase todo vazio enquanto ginastas brasileiras faziam sua fase de classificação pela manhã.

Mas, gradualmente durante o dia, foram aparecendo batalhões de militares para ocupar esse setor. A cada nova sessão havia uma troca de turno, como no Exército.

"Se temos o Exército sentado lá, em período de descanso e de transição, pergunte a eles se querem sentar e assistir. Eles podem. Não é que estejamos mobilizando o Exército para resolver isso", disse o presidente do Locog, o ex-atleta Sebastian Coe.

Além dos militares, foram credenciados em menor número professores e estudantes para ganhar lugares em competições de hipismo.

Ainda foi intensificada a venda de bilhetes pela internet. Houve comercialização de mil entradas para a ginástica, segundo o comitê. Não haverá bilheteria nas sedes.

Além da ginástica, tomaram-se medidas para encher o parque aquático nas fases classificatórias, que acontecem nas manhãs. À noite, nas finais, a ocupação é quase integral -embora também haja pessoal uniformizado preenchendo espaços vazios.

"Não é algo que devemos explorar dramaticamente", minimizou o chefe do Locog.

Fato é que, pela segunda vez, os organizadores recorreram aos militares para resolver um problema. Assim como fizeram na crise de segurança antes dos Jogos.

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