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Nacional amarga estiagem de gols

SÉRIE A
Média é a mais baixa em 17 anos, e última rodada iguala a pior edição da história

NELSON BARROS NETO
DE SÃO PAULO

Não bastasse a concorrência da Olimpíada e, agora, até da Copa Sul-Americana, o Campeonato Brasileiro deste ano pena no quesito gols.

Na última rodada, torcedores de oito equipes enfrentaram partidas sem nenhuma bola na rede, inclusive com poucos lances de perigo. Que simulou, aliás, o nível do campeonato com a pior média de gols da história.

Foram 19 gols em dez jogos (1,9), equivalente à marca da edição do Brasileiro de 1987, marcado não somente pela eterna polêmica sobre quem foi o campeão (Flamengo ou Sport), mas também pelo recorde negativo de apenas 1,87 tentos por confronto.

A média atual é de 2,53, a mais baixa da era dos pontos corridos, iniciada em 2003. E a menos empolgante desde o torneio de 1995, aquele conquistado pelo Botafogo do atacante Túlio, que teve 2,52.

"Nos tiraram o Neymar e o Ganso por mais de um mês", lamenta o santista Muricy Ramalho, técnico da equipe de pior ataque da atual disputa, sobre a convocação da dupla ofensiva para defender a seleção nos Jogos de Londres.

O Santos não superou os nove gols em 13 jornadas.

Treinador do Bahia, segundo colocado no indesejado ranking (com 11), Caio Júnior é mais um a empurrar a culpa para os seus desfalques.

"Contra o Corinthians, domingo agora, por exemplo, não tivemos quatro peças para o ataque [Souza, Lulinha, Ciro e Elias]. Além disso, não podíamos contar com quatro que podem criar as jogadas no meio [Mancini, Gabriel, Kleberson e Jéferson]", afirmou o treinador.

Resultado: 0 a 0 em casa.

Desde 2005, porém, a quantidade de gols nunca mais voltou a ultrapassar a barreira de três por partida.

CAINDO

De sete temporadas para cá, após a edição marcada pelo título corintiano sob o comando do argentino Tevez, a média vem oscilando.

Em 2006, foi de 2,71; em 2007, 2,76; em 2008, 2,72; em 2009, 2,88; em 2010, 2,57; e finalmente em 2011, 2,68.

Curiosamente, a queda coincide com o começo do formato com 20 participantes, sem o excedente de "sacos de pancada" como o Brasiliense-05 e o Grêmio-04.

Aos defensores do Brasileiro-2012, as rodadas têm tido um grande número de gols anulados. Só o Sport reclamou de dois no empate em 0 a 0, dentro de sua Ilha do Retiro, com o Atlético-GO, lanterna até a semana passada.

A torcida do Fluminense, terceiro colocado, também reivindicou um durante a igualdade zerada frente ao líder Atlético-MG, no Rio.

Em todos eles, mesmo que em situações dependendo de centímetros para ser decretado o impedimento, os árbitros terminaram acertando.

Os mineiros do astro Ronaldinho e da revelação Bernard, não à toa, são os donos do ataque mais positivo: 25 bolas na rede em 13 jogos. Ainda assim, média de 1,92.

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