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Gigante

Com o ouro no revezamento 4 x 200 m, Phelps sobe ao pódio pela 19ª vez, ultrapassa a ginasta russa Larisa Latinina como maior medalhista das Olimpíadas e finalmente triunfa em Londres

Hannibal/Efe
Phelps comemora ouro dos EUA no 4 x 200 m livre
Phelps comemora ouro dos EUA no 4 x 200 m livre

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Ainda faltavam 20 metros, a cabeça estava na água, os braços giravam freneticamente, as pernas batiam ritmadas, mas Michael Phelps já tinha um sorriso no rosto.

Como ele havia pedido antes, seus companheiros o deixaram cair na piscina com uma vantagem confortável. Restava ao nadador apenas cumprir com precisão os 200 metros que o separavam de mais um feito histórico.

Phelps tocou a parede da piscina e deu aos EUA o ouro no revezamento 4 x 200 m livre. A terceira medalha do nadador nos Jogos de Londres. A 19ª em sua carreira. Ele se tornava o maior medalhista da história das Olimpíadas ao ultrapassar os 18 pódios da ginasta Larisa Latinina.

"Eu coloquei na cabeça que faria algo que ninguém nunca havia feito e que nada ficaria no meu caminho para eu ser o primeiro Michael Phelps. E tem sido uma jornada maravilhosa", afirmou.

Finalmente dono do recorde que buscou durante toda a vida, o norte-americano de 27 anos teve uma reação pouco usual para quem se acostumou a ir ao pódio. Dessa vez, ele não cantou o hino enquanto a bandeira azul, vermelha e branca subia no Centro de Esportes Aquáticos. Teve de se controlar.

"Eu não tinha palavras. Meus olhos estavam cheios de água. Foi emocionante, um sentimento incrível."

A seu lado estavam Ryan Lochte, Conor Dwyer e Ricky Berens, que marcaram 6min59s70 para levar o ouro. A França conquistou a prata (7min02s77), e a China ganhou o bronze (7min06s30).

Phelps precisou da ajuda dos companheiros para voltar ao lugar que mais frequentou: o topo do pódio.

Minutos antes, havia igualado o recorde de Larisa com uma prata amarga. Após liderar boa parte da prova, foi derrotado na batida de mão pelo sul-africano Chad le Clos nos 200 m borboleta.

"Não vou dar desculpas", afirmou, reconhecendo que não foi bem na chegada.

"Mas estou bem com isso. Ele estava na hora certa no lugar certo. É frustrante, mas eu tinha que tirar isso da minha cabeça e nadar o revezamento. Você nunca pode desapontar seu time. Só pedi que abrissem o máximo possível para mim", disse o último da equipe a cair na água.

Phelps recebeu o revezamento de Berens com quase quatro segundos de vantagem sobre a França. Seu trabalho foi bastante fácil.

As disputas por equipes foram responsáveis por oito das 19 medalhas do nadador (15 ouros, duas pratas e dois bronzes). Algumas delas, memoráveis, como o 4 x 100 m livre de Pequim-2008. Jason Lezak recebeu a prova atrás e deu um arrancada incrível para ser ouro sobre a França.

Foi na China que Phelps atingiu seu maior feito em uma edição dos Jogos Olímpicos: conquistou oito ouros.

Ele superou a marca de sete vitórias que pertencia a Mark Spitz, em Munique-1972.

Phelps estreou nos Jogos em Sydney-2000, aos 15 anos. Com essa idade, tornou-se o mais jovem recordista mundial, nos 200 m borboleta.

Ele construiu uma carreira de feitos incríveis. Até por isso, relaxou após Pequim e não se dedicou como antes.

Em Londres, pagou o preço. Nos 400 m medley, nem subiu ao pódio. Nos 200 m borboleta e no 4 x 100 m livre amargou a prata.

Mas, com o primeiro ouro no peito, Phelps parece ter sua vontade revigorada. Ainda irá buscar mais duas medalhas para aumentar sua galeria que, acredita o nadador, um dia poderá ser batida: "Nada é intocável", disse.

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