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Mind the gap*

Para África, os Jogos não começaram

PAULO COBOS
EDITOR-ADJUNTO DE “ESPORTE”

PARA A mais pobre região do mundo, os Jogos de Londres começam, de verdade, só nesta sexta-feira.

É quando terão início as provas de atletismo, a única modalidade em que a África subsaariana, o grosso do continente e onde a população é na sua maioria esmagadora negra, tem peso verdadeiro.

Na lista de inscritos dos quase 50 países que formam a região, 43% são em provas de atletismo, contra 19% do resto do planeta. São vários os países africanos, como Serra Leoa, Sudão e Somália, que só têm competidores em Londres no atletismo.

Depois de quatro dias de distribuição de medalhas nos Jogos, a África subsaariana soma duas medalhas, ambas ganhas por nadadores, brancos, da África do Sul.

Caminha assim para repetir o que é a sua marca na história olímpica.

Pódio só é uma coisa comum para os africanos na mais nobre modalidade dos esportes olímpicos.

Praticamente dois terços das medalhas das nações subsaarianas foram ganhas no atletismo.

Tirando África do Sul e Zimbábue, países onde os descendentes de europeus têm tradição em outras modalidades, a participação do atletismo nos pódios da região bate em impressionantes 81%.

Além do atletismo, a África de maioria negra só tem um peso razoável nos esportes coletivos, em que existem vagas obrigatórias para cada continente.

Isso significa que, tirando o atletismo e os esportes coletivos, menos de 250 africanos competem na Olimpíada de Londres.

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