Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Com outra medalha, Scheidt planeja se aposentar na Rio-16

VELA
Brasileiro assegura seu quinto pódio olímpico consecutivo, mas caminho para o ouro é complicado

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A WEYMOUTH

O velejador paulista Robert Scheidt ampliou ontem a importância do seu nome na história do esporte do Brasil.

Com uma vitória e um terceiro lugar nas duas últimas regatas do torneio classificatório da classe star, o atleta de 39 anos assegurou na baía de Weymouth o quinto pódio olímpico consecutivo da carreira, feito inédito no país.

Amanhã, ele e Bruno Prada, vice-líderes na classificação geral, vão tentar o ouro na "medal race", regata extra da categoria que é disputada pelos dez melhores barcos e vale o dobro dos pontos.

Se vencer, Scheidt será o primeiro tricampeão olímpico da história brasileira -conquistou o ouro em Atlanta-1996 e em Atenas-2004.

A missão não será fácil. A dupla brasileira terá de superar os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, líderes incontestáveis da classe nesta edição da Olimpíada, por quatro barcos de diferença.

Também terão de torcer para que Fredrik Loof e Max Salminen, da Suécia, fiquem no máximo uma colocação à frente dos brasileiros.

Descalço e ainda vestido com a roupa térmica com que vai à água, o paulista disse, em entrevista à Folha, que nunca pensou "ir tão longe", afirmou que vai lutar "até o final pelo ouro" e revelou que vai encerrar a carreira nos Jogos do Rio, em quatro anos.

-

Folha - Você é o primeiro atleta brasileiro a conquistar uma medalha em cinco Olimpíadas consecutivas. Qual o sentimento?
Robert Scheidt - Nunca imaginei ir tão longe. Medalhar em todas as Olimpíadas, menos ainda. É uma coisa tão difícil. O evento é disputado a cada quatro anos, e muita coisa pode acontecer na vida. Os meus pais foram os grandes incentivadores para chegar hoje [ontem] a esta marca. Foi o meu pai que me fez começar a sonhar com Olimpíada. No final dos anos 1980, ele colocou um adesivo escrito Barcelona-1992 na porta do meu quarto. A partir dali, fiquei pensando nisso.

Você assegurou o pódio, mas está mais distante do ouro. Como se sente agora?
Estou muito feliz. Quando viemos para cá, nos cotaram como prováveis medalhistas de ouro, mas Olimpíada é Olimpíada. Surpresas acontecem. Os britânicos estão muito consistentes nesta semana. Mesmo assim, conseguimos fazer uma boa média e garantimos uma medalha antes da "medal race", o que é um feito grande. Agora, é entrar na "medal race" para decidir a cor da medalha. Vamos lutar pelo ouro até o fim. As chances não são grandes, mas existem. Vamos velejar mais soltos pelo fato de já ter garantido uma medalha. Vamos entrar na água para ver. De repente, uma agradável surpresa acontece.

A star vai sair do calendário olímpico depois dos Jogos de Londres. Você vai competir por qual classe na Olimpíada do Rio, em 2016?
Por enquanto, a star está fora, mas pode voltar. O novo presidente da Federação Internacional de Vela será eleito em novembro, e uma mudança pode acontecer. Se a star não retornar, vou avaliar minhas opções. Posso ir para o 49er, voltar para a laser, ou velejar na finn. O meu sonho é encerrar a carreira nos Jogos do Rio. Quero chegar lá competitivo ainda.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.