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Magoado com torcida, time vence suado e tem sobrevida

VÔLEI
Mulheres ganham da China e dependem de outros resultados

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

A suada vitória da seleção feminina sobre a China ontem por 3 sets a 2 (25/16, 20/25, 25/18, 28/30 e 15/10), que deu sobrevida às atuais campeãs olímpicas, começou a se desenhar 24 horas antes.

Teve início com um pacto por mudança de atitude, passou por um bom treino, atravessou um jogo difícil, que arrancou lágrimas até de uma jogadora durante um apagão do time, e se encerrou com alívio e uma certa mágoa.

"A gente ganhou, cara. Independentemente de qualquer coisa, a gente ganhou", disse Thaísa após um jogo em que o Brasil deixou escapar três match points no quarto set. Se o duelo tivesse se encerrado ali, o Brasil teria um ponto a mais e uma situação um pouco menos delicada.

A central, um dos destaques do jogo, chegou a deixar escapar algumas lágrimas durante o quarto set, depois de ter errado o saque. Sabia da pressão pelo resultado.

Assim como outras jogadoras, ela se queixou da falta de apoio da torcida -evidente nas redes sociais- e das críticas da imprensa. Nos três primeiros jogos, a seleção foi apenas um esboço apagado do time que, há quatro anos, ganhou ouro em Pequim.

"O brasileiro está acreditando muito pouco na gente. Foram poucos que mandaram mensagens acreditando na nossa vitória. Acho que a gente se superou. Temos que exaltar o fato de não termos desistido nunca", acrescentou a jogadora, que anotou 22 pontos contra as chinesas.

Ela ainda exaltou a retomada da confiança da equipe, qualidade escassa nas derrotas para EUA e Coreia do Sul e até mesmo na vitória apertada sobre a Turquia.

Diferentemente da última Olimpíada, a seleção vem se apresentando sem o apoio de uma psicóloga. Segundo o técnico José Roberto Guimarães, a profissional que atendia a equipe não pôde ir a Londres porque engravidou.

Sem esse suporte, coube às próprias jogadoras fazerem um pacto anteontem pela mudança de atitude.

O resultado foi um time mais vibrante em quadra, com capacidade de superação, mas magoado.

"Ninguém está aqui de sacanagem, entrando de corpo mole. Está todo mundo lutando", disse a capitã Fabiana.

"Infelizmente, são sempre os brasileiros que começam a falar mal. Mas a gente tem que aprender a relevar, tentar focar no nosso trabalho."

Zé Roberto afirmou que pretende aconselhá-las a não mergulharem muito na internet e se exporem a mensagens negativas de torcedores ou críticas da imprensa.

"O torcedor é passional e tem todo o direito de criticar. A expectativa é grande pelos títulos conquistados. O time não estava bem, então não tem como retrucar. Você tem que ter maturidade para aguentar a pressão", disse.

O time agora segue na luta por uma vaga nas quartas de final. Precisa da vitória ante a Sérvia amanhã e do resultado de outros jogos para continuar a sonhar.

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