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Sem rumo

Seleção feminina é eliminada ainda na fase de grupos e agora terá de lutar para evitar a pior campanha de sua história em Olimpíadas

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A seleção feminina de basquete está eliminada dos Jogos de Londres-2012 com uma rodada de antecedência. A queda precoce ocorreu depois da derrota para um freguês histórico, o Canadá.

Ontem, na arena de basquete do Parque Olímpico, as brasileiras perderam por 79 a 73 para as canadenses e chegaram ao quarto revés após quatro apresentações.

Havia 12 anos as adversárias de ontem não experimentavam uma vitória sobre a seleção brasileira. A última vez ocorrera em Sydney-2000.

Mas a eliminação em Londres já fazia parte dos prognósticos, inclusive dentro da própria CBB (Confederação Brasileira de Basquete).

Antes mesmo do início da Olimpíada, o discurso da ex--jogadora Hortência, que hoje atua como dirigente da CBB, era de redução de impacto por um fracasso que se mostrava iminente.

"Nosso trabalho não é para 2012, claro que estamos preocupados com Londres, mas pensamos nas Olimpíadas de 2016 e de 2020", disse a dirigente à Folha, após o polêmico episódio do corte da ala Iziane por ter sido flagrada com o namorado na concentração, uma semana antes da estreia nos Jogos.

Depois da eliminação de ontem ante as canadenses, Hortência não apareceu para conversar com a imprensa.

Foi ela quem organizou toda a preparação da seleção brasileira, que começou em maio e envolveu até dois jogos amistosos na Austrália.

Ela escolheu Luis Cláudio Tarallo, técnico das categorias de base, para tocar o time em Londres em sua primeira experiência no comando de uma equipe adulta.

Segundo a dirigente, ele já está garantido até a Rio-2016.

Hortência bancou Iziane na equipe e também a dispensou, impedindo que a seleção contasse com 12 jogadoras no elenco, porque o prazo para substituição havia expirado. Disse que blindaria o time e protegeria as jogadoras.

Mas, ontem, sobrou para as atletas explicarem a eliminação. E as reações foram muito distintas. Perguntada sobre a derrota, a armadora Joice gritou: "Me dá um tapa na cara. Estou muito puta", repetiu aos jornalistas. "Não vim aqui para cumprir tabela, passar vergonha", disse.

Adrianinha pediu uma avaliação mais profunda do trabalho. "A gente pode descobrir mil desculpas, mas não foi por falta de vontade", disse. "Nós fizemos partidas amistosas e treinamos muito. É preciso avaliar, não sei se esse é um trabalho a longo prazo, no qual os resultados não vieram agora."

Tarallo preferiu se desculpar. "Queria pedir desculpas àquele grupo que torceu para nós, por não ter dado a alegria da classificação."

Antes de voltar para casa, porém, a seleção ainda precisa cumprir tabela contra a também eliminada Grã-Bretanha. Deve ser o último jogo da armadora Adrianinha, 33, com a camisa do Brasil.

Se perder, será a pior campanha da seleção no feminino. Essa marca ainda pertence à equipe que foi a Pequim-2008, que terminou em 11º com somente uma vitória em cinco partidas.

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