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Último ato

Emocionado, Phelps deixa uma piscina olímpica pela última vez em sua carreira com outro ouro no pescoço

Hannibal/Efe

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Michael Phelps, 27, abraçou Bob Bowman e o agradeceu por ter feito dele o maior nadador de todos os tempos.

Lágrimas rolavam pelo rosto do homem que foi mais do que um técnico para o garoto que conheceu aos 11 anos.

As de Phelps haviam ficado na água da piscina.

Após 22 medalhas em Olimpíadas e uma lista enorme de recordes mundiais e feitos históricos, acabava a carreira do maior fenômeno das piscinas da história.

"Não ligo para os sacrifícios que fiz. Poder dizer que não mudaria nada, que não perdi nada e que não me arrependo de nada é muito especial. Terminei a minha carreira do jeito que eu queria."

A última medalha foi conquistada em uma prova emblemática: nunca os EUA perderam o 4 x 100 m medley nos Jogos -em Moscou-1980, boicotaram a competição.

Phelps foi o terceiro do time a entrar na água para nadar o estilo borboleta.

Pegou a prova como segundo colocado e a entregou na liderança para o campeão dos 100 m livre, Nathan Adrian.

Quando saiu da piscina foi abraçado por Matthew Greevers. Iniciava a despedida.

Os EUA venceram, seguidos de Japão e Austrália.

Phelps foi ovacionado.

Voltou minutos depois para ouvir no hino. De novo, teve de controlar o choro.

Ele recebeu troféu do presidente da Federação Internacional de Natação com a inscrição: "Maior atleta olímpico da história". Deu uma volta na piscina ao som de "Born in the USA", clássico de Bruce Springsteen. E saiu.

"Minha mãe sempre chora, minha irmã sorri, minha sobrinha parecia cansada", afirmou Phelps sobre o contato com a família após o pódio, tradição do nadador.

"Tivemos alguns momentos de emoção mais profundos [ao longo da carreira]. Em uma escala de 1 a 10, este foi próximo de 10", disse.

Emoção no pódio, o sorriso mais fácil. Em Londres, Phelps parecia estar atento para aproveitar tudo que faria pela última vez. Se divertiu com os colegas na Vila e deu conselhos aos novatos.

Riu mais, a ponto de abrir um sorriso ainda na água a poucos metros de atingir sua 19ª medalha, no 4 x 100 m livre, e se tornar o maior medalhista olímpico da história.

E soltou seu lado emotivo. Nem quando ganhou oito ouros na Olimpíada de Pequim-2008 e bateu o recorde do também americano Mark Spitz Phelps havia se emocionado como nestes Jogos.

"O que aconteceu aqui em Londres só me fez perceber como eu estava no melhor da minha forma em Pequim. E tudo aconteceu na hora certa, no lugar certo", afirmou.

Phelps está escrevendo um diário. Nas últimas duas semanas, as páginas ficaram em branco. Mas ele já sabe o que colocará nos registros desse dia. "As lembranças ficarão vivas para sempre. Se eu for escrever algo, acho que será: 'Eu consegui'."

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