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Juca Kfouri

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Viva o coletivo!

Individualistas no dia a dia, nós, brasileiros, gostamos mesmo é de esportes coletivos

NÓS, BRASILEIROS, não somos lá muito chegados às manifestações organizadas, coletivas, com as exceções, exemplares, na história mais recente, das campanhas pelas eleições diretas para presidente e pelo impedimento de Fernando Collor.

Somos mais chegados, reconheçamos tristemente, aos nossos próprios umbigos.

Mas nós, torcedores brasileiros, ao contrário, gostamos é dos esportes coletivos com bola, por mais que um Guga seja capaz de nos mobilizar, assim como um nadador ou outro atleta qualquer que seja campeão, até mesmo pilotos ou pugilistas, embora não os considere propriamente praticantes de esportes.

Em Londres, mesmo que aos trancos e barrancos, nossos esportes coletivos vão bem até aqui, exceção feita ao basquete feminino, uma decepção causada, também, por um excesso disciplinar em relação a Iziane Love, cortada porque levou o namorado para dormir com ela na concentração, falta muito mais leve do que a feita quando se recusou a entrar em quadra.

De resto, vamos indo, porque até mesmo o futebol feminino, de quem se esperava mais, ficou, ao menos, entre os oito melhores, o que, dada a falta de interesse geral e irrestrita que respira, está de bom tamanho.

É a mesma situação, neste momento, alcançada pelo vôlei de quadra dos dois gêneros (combinemos que as duplas de vôlei de praia não são exatamente representantes de esportes coletivos, embora, ao pé da letra, mais de um...), do redivivo basquete masculino e, a agradável surpresa, o handebol feminino, também nas quartas de final e em primeiro do seu grupo.

O futebol masculino já foi além disso, pois está entre os quatro melhores, semifinalista que é hoje contra a Coreia do Sul, em Manchester, embora dele se exija apenas o ouro e jogando bem.

Voltemos um pouco ao handebol, esse esporte que tem lá suas peculiaridades porque por todos nós praticado na escola.

Não foram poucas as vezes que pesquisas sobre o interesse dos leitores sobre esportes mostrou o handebol entre os cinco primeiros, muito provavelmente em função da memória afetiva que desperta. Porque se você lançar uma publicação especializada em handebol, não tenha dúvida, é falência na certa.

Se, no entanto, você contratar um técnico estrangeiro, como foi feito com o dinamarquês Morten Soubak, assim como o basquete agiu em relação ao argentino Rubén Magnano, a tendência é dar certo.

Não estará na hora de o governo brasileiro contratar um presidente do COB na Grã-Bretanha ou na Coreia do Sul? Em ambos os países as verbas públicas não passam pelo comitê nacional. O nosso nada em dinheiro e nada. Pelo menos para o coletivo, porque, individualmente...

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