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Ginástica

Festa para Zanetti vira carreata eleitoral

Político esquece atleta e agradece candidata

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

O desfile em caminhão dos bombeiros para comemorar o ouro olímpico do ginasta Arthur Zanetti se transformou em uma carreata de campanha eleitoral, ontem, em São Caetano do Sul.

A prefeitura da cidade do ABC paulista, onde o campeão olímpico nas argolas nasceu e treina, divulgou que faria "uma grande festa nas ruas" para o ginasta, que chegou ontem de Londres.

No caminhão, além de Zanetti, estavam seu técnico, Marcos Goto, sua namorada, Juliana, os pais do ginasta, um bombeiro e um fotógrafo.

Com a medalha no peito e com bandeiras do Brasil e de São Caetano nas costas, Zanetti fazia sinal de positivo e dizia obrigado às pessoas.

Durante o trajeto, muitos alunos com uniformes de escolas municipais gritavam seu nome e agitavam bandeiras, bexigas ou pompons.

Um carro de som, logo atrás dos bombeiros, convidava os moradores e comerciantes a saudar Zanetti.

Após cerca de uma hora e meia, a carreata chegou ao local onde fica a prefeitura. O prefeito José Auricchio Júnior (PTB) e o chefe de gabinete, Gilberto Costa, subiram no caminhão e posaram para fotos com Zanetti.

Ex-secretário municipal de esporte, Costa, então, chamou a candidata à prefeitura Regina Maura (PTB), apoiada por Auricchio, para também subir. Ela recusou.

Nesse momento, Auricchio solicitou que o carro de som de Maura, que acompanhava a carreata desde o início, mas estava mais atrás, ficasse logo após os bombeiros.

O desfile seguiu até o ginásio onde Zanetti treina.

Auricchio e Costa se juntaram a Maura. O locutor que apresentava Zanetti se calou. O chefe de gabinete assumiu. "São Caetano não pode parar. Obrigado prefeito Auricchio, obrigado Regina Maura, obrigado Cicaroni [candidato a vice]", discursava Costa, exaltando a cidade e, às vezes, lembrando de Zanetti.

"A gente sabia do desfile, mas não desses discursos", afirmou o pai de Zanetti, Arquimedes. "A ginástica tem apoio da prefeitura, mas a gente não é ligado a ninguém, a nenhum partido político."

"Eu estava fazendo campanha, trabalhando e na minha hora de almoço", disse Costa. "Isso é a democracia, cada um fala o que quer", completou ele, dizendo que a oposição tem dor de cotovelo.

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