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Sem pódio, Diogo cobra governo por esporte ligado a educação

TAEKWONDO
Brasileiro perde para americano na disputa do bronze

DO ENVIADO A LONDRES

Diogo Silva, 30, que chegou à semifinal da categoria até 68 kg do taekwondo ontem e perdeu a disputa pela medalha de bronze, utilizou o palanque para dizer que esporte não é uma responsabilidade apenas do COB e das confederações brasileiras de cada modalidade.

"Se a gente for pensar na história do nosso país, na história do esporte, a gente percebe que tem muito o que mudar", argumentou o lutador.

"O esporte não trabalha sozinho, trabalha com educação, com escolas e universidades. Essa é uma questão do governo federal. Estamos falando de um mundo muito maior do que o comitê [Olímpico Brasileiro] e a confederação. Isso eu espero ver. Não sei se estarei em atividade quando acontecer", afirmou.

O taekwondo é uma das cinco modalidades beneficiadas pela Petrobras via Lei de Incentivo Fiscal por meio da ONG Passe de Mágica da ex-jogadora de basquete Paula.

O lutador, que recebe verba do programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, disse que planeja estudar gestão esportiva. "Quero trabalhar nisso, tenho esse ideal de uma modificação mais justa, mais honesta, com pessoas que pensam como eu."

Diogo comparou a estrutura do Irã, cujo representante Mohammad Bagheri Motamed o eliminou na semifinal, à oferecida a grandes astros, como Michael Phelps, Kobe Bryant e LeBron James. E acrescentou que as condições propiciadas a ele foram típicas de um atleta de base.

"Eu, um simples operário, lutei com o Neymar deles."

Disparou, ainda, críticas contra a atitude de outros desportistas. "Há três tipos de atletas: os medalhistas, os patrocinados e os operários. Os dois primeiros não falam nada. Quem está ferrado é que vai à luta", comparou.

Na semifinal, o brasileiro adiou a derrota com um golpe nos segundos finais. O empate persistiu no tempo extra, e a vaga na final foi perdida na decisão da arbitragem. Na disputa pelo bronze, contra o americano Terrence Jennings, Diogo perdeu a medalha ao ser atingido com o cronômetro quase zerado.

"Sofri recentemente fratura no quadril direito, e as regras olímpicas são diferentes das quais nós estamos acostumados", resumiu o lutador.

"Como volto sem medalha, não sei se conseguirei aguentar o que tive de aguentar para chegar até aqui. O que fiz, chegar e disputar uma semifinal, foi para poucos. Quem me criticar não sabe nada de esporte", concluiu Diogo. (EO)

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