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Cartão de visitas Olimpíada é encarada como teste antes de enfrentar a pressão de torneios jogados em casa MARTÍN FERNANDEZENVIADO ESPECIAL A LONDRES Passado, presente e futuro da seleção brasileira estão em jogo hoje. Às 11h (de Brasília), o Brasil enfrenta o México na final dos Jogos Olímpicos. Apresenta-se mais uma chance de o futebol brasileiro ganhar a inédita medalha de ouro, único título importante que ainda lhe falta, algo de que foi incapaz em outras 11 edições do torneio. A seleção brasileira joga também para limpar sua imagem de fracassos recentes. O Brasil está em 13º lugar no ranking da Fifa, sua pior posição na história, e virou motivo de piada entre jogadores de outros países, como já contou Thiago Silva. Por fim, o resultado da Olimpíada pesa muito para o futuro, já que é o último torneio antes de a seleção enfrentar as pressões para ganhar em casa a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, um ano depois. Como o Brasil não disputa as eliminatórias para o Mundial que vai organizar, a Olimpíada é encarada como um teste para time e técnico. Sobretudo para o técnico. Mano Menezes foi contratado há dois anos para "resgatar o futebol brasileiro", termo usado pelo então chefe da CBF, Ricardo Teixeira. A seleção passara os quatro anos anteriores sob Dunga, em que tudo se ganhou, menos a Copa do Mundo. Com um ano no cargo, Mano fracassou na Copa América, após seu time errar todos os quatro pênaltis batidos na decisão contra o Paraguai, pelas quartas de final. Hoje, Mano pode finalmente ganhar o ouro olímpico para o Brasil e se cacifar para ser o treinador no Mundial. "Não coloco questões pessoais acima da seleção brasileira", respondeu o treinador ontem, sobre a pressão que sente. "Preparei bem minhas costas para suportar." O time que hoje faz a final olímpica contra o México começou a ser forjado entre o fim de maio e o início de junho, quando disputou uma série de quatro amistosos. A enésima contusão sofrida pelo santista Ganso fez a camisa 10 cair no colo de Oscar, que tomou conta de posição de armador como nenhum outro na era Mano. O Brasil então ganhou bem da Dinamarca e dos EUA, perdeu para a seleção principal do México (não esta que joga hoje) e fez um grande jogo contra a Argentina. Perdeu por 4 a 3 porque contra Messi ainda não há o que fazer. Naquela excursão por Alemanha e EUA, o treinador reforçou suas convicções: Thiago Silva, Marcelo e Hulk seriam os três jogadores com mais de 23 anos a serem levados para os Jogos Olímpicos. "Poderíamos ter tido resultados negativos com este grupo, e chegar à conclusão errada de que estes jogadores não eram tão bons para estar aqui", respondeu Mano, quando questionado pela Folha se não poderia ter armado este time antes. Ousada, a equipe de Mano fez 15 gols e sofreu cinco na Olimpíada. Damião, o artilheiro do torneio, anotou seis. O México se arrisca menos: fez dez gols, tomou três. Nenhuma outra seleção que disputou a Olimpíada é tão parecida com sua versão principal como a brasileira. O que leva Mano a prever que "70% desta equipe" vai estar na Copa de 2014, no Brasil.
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