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Neymar entra na final como protagonista da campanha

Principal jogador da seleção tenta 1º grande feito com a camisa amarela

DO ENVIADO A LONDRES

Termina o treino, os titulares da seleção se dirigem ao vestiário enquanto os reservas ainda trabalham pênaltis no outro lado do campo.

Um dos titulares se desvia do caminho da saída, continua no gramado. Pega uma série de bolas, as enfileira na entrada da área e passa a repetir cobranças de falta.

Sem barreira, sem goleiro, sem o treinador por perto, ele aprimora a pontaria contra o gol vazio. Os reservas também vão embora, e ele continua ali no campo, teimoso, agora batendo bola com o zagueiro reserva Bruno Uvini.

Chega o ponto em que já há gente no ônibus, e o diretor de seleções, Andres Sanchez, precisa chamá-lo para deixar o campo e ir embora.

Neymar finalmente aceita largar a bola, mas antes aplica uma lambreta em Andres, que ergue os braços, mas não consegue evitar o drible.

"É que tem jogo importante no sábado [hoje], se não eu dava no meio dele", se diverte o diretor de seleções.

A cena ocorrida na quinta- -feira, no último treino antes do jogo mais importante do time desde a eliminação na Copa do Mundo de 2010, resume o que foi Neymar para a seleção nesta Olimpíada.

O trabalhador que treina um pouco mais que os outros é também o moleque que tem a desfaçatez de dar um drible em público no chefe do time.

Neymar desembarcou em Londres para seu primeiro grande desafio com a camisa amarela como o astro de uma seleção favorita à medalha de ouro. Mostrou-se imparável nos jogos e até nos treinos.

Jogou em média 87 minutos por partida, e só foi substituído quando não faria mais falta, com os jogos já decididos em favor dos brasileiros.

Dos 15 gols que o time anotou no caminho rumo à disputa do inédito ouro olímpico, a estrela do Santos fez três, deu quatro assistências e participou de vários outros.

Nunca se escondeu: foi o jogador que mais finalizou na competição (21 vezes em cinco jogos) e o que mais apanhou (sofreu 19 faltas).

"O meu papel não é diferente do papel dos outros, que é ajudar a seleção", desconversa o atacante, sobre seu peso no time de Mano.

Nos cinco jogos do Brasil nesta campanha, atuou pelos dois lados do ataque e até no meio, ajudou a marcar, entendeu-se com Oscar e Leandro Damião. Não levou sequer um cartão amarelo.

Evoluiu, segundo o técnico Mano Menezes. "Todos nós vamos sair diferentes daqui, e Neymar também, disse. "A campanha foi propícia, os resultados ajudaram, e ele só leva fatores positivos."

Campeão de quase tudo com o Santos, Neymar ainda não ganhou nada com a seleção. Foi titular na Copa América de 2011, mas já havia sido substituído quando o time desperdiçou os quatro pênaltis diante do Paraguai.

Hoje, celebra a oportunidade de triunfar onde fracassaram craques de um passado recente, como Romário, Rivaldo e Ronaldo. "É uma honra gigantesca estar na final", disse. "Diversos gênios do futebol estiveram aqui e não conseguiram, espero representar todos eles." (MF)

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