País alcança meta com 'carros-chefe' e azarões

A meta de medalhas do Comitê Olímpico Brasileiro foi alcançada graças à mescla de esportes classificados pelo COB como "carros-chefe" e outros encarados, no máximo, como meras apostas.

No primeiro caso, estão judô e vôlei, modalidades com tradição de alimentar o o Brasil no quadro de medalhas. No segundo, boxe, ginástica artística e pentatlo moderno.

As metas fixadas pela Confederação Brasileira de Judô foram cumpridas: classificação de time completo, quatro medalhas, uma final feminina e uma medalha de ouro.

O anúncio do COB de que quer uma cesta maior de esportes que dão medalha vem ao encontro do desejo de Paulo Wanderley, presidente da CBJ. Reconheceu ter vivido momentos de ansiedade ao ter seu esporte classificado de carro-chefe de medalhas.

O vôlei, na quadra e na praia, produziu um ouro, duas pratas e um bronze.

O supervisor do COB, Marcus Vinicius Freire, ressaltou que a entidade seguirá contando com o esporte nas próximas Olimpíadas, apesar de o comitê prever mais investimento no esporte individual.

O boxe e a ginástica artística, dois esportes que estavam fora do radar, renderam medalhas relevantes ao país.

Depois de 44 anos da única medalha, com Servílio de Oliveira, os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão foram prata e bronze. Adriana Araújo também levou um bronze.

A evolução técnica dos irmãos Falcão, e do campeão mundial amador Everton Lopes, passa por uma mescla entre a World Series of Boxing, torneio da Aiba que mistura regras amadoras e profissionais e da qual os brasileiros participaram, e o apoio dado pela Petrobras.

Na ginástica, Arthur Zanetti ganhou a inédita medalha na ginástica artística, feito não obtido por atletas de maior renome internacional antes dos Jogos, como Diego Hypólito e Daiane dos Santos. E subiu no degrau mais alto do pódio, com um ouro.

No caso do pentatlo moderno, a surpresa foi ainda maior. Ontem pela manhã, os dirigentes do COB demonstraram que não nutriam esperança de nova medalha.

"Mas espero que eu esteja errado", comentou Freire.

Horas depois, Yane Marques conseguiu lograr a medalha de bronze na competição, a 17ª e última da delegação brasileira em Londres.