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De prata

Seleção perde de virada, e agora vôlei masculino precisa preparar nova geração para a Olimpíada do Rio, em 2016

MARIANA BASTOS
MARIANA LAJOLO
ENVIADAS ESPECIAIS A LONDRES

Abraçado a Giba no pódio, Bruno chorava. Terminava ali, com a medalha de prata, a transição de duas gerações.

O veterano se despedia, e o levantador lamentava a perda do título no primeiro ciclo como titular da equipe.

A seleção de vôlei foi derrotada pela Rússia de virada por 3 sets a 2 (19/25, 20/25, 29/27, 25/22 e 15/9) e repetiu na Olimpíada de Londres o resultado dos Jogos de Pequim-2008.

Após aquela derrota, alguns campeões olímpicos de 2004, como Gustavo, deixaram o time, outros assumiram papel de coadjuvantes.

Ascenderam ao time titular nomes como Murilo, Bruno, Sidão e Lucas, todos em quadra na final de ontem.

"A diferença entre ouro e prata é incrível. Em 2004, fiz parte do grupo, mas não fui à Olimpíada. Naquele ano, já se convivia com muita pressão de ganhar", disse Murilo.

"Não acredito que isso vá mudar. Em 2016, a Olimpíada vai ser no Brasil, e a expectativa aumenta ainda mais", afirmou o jogador.

Agora cabe a essa geração fazer a transição para os novatos que irão se firmar ou até entrar no time até o Rio.

"Vamos ter que segurar a barra como seguraram quando a gente chegou. Vamos ter de passar nossa experiência", afirmou o meio de rede Sidão.

"Fico triste por ter pessoas que vão sair e mereciam o título. Mas agora é pensar nas reposições e continuar."

Giba anunciou que não defende mais a seleção. Ricardinho, que voltou ao time após cinco anos, encerrou seu ciclo no time. Escadinha também pode parar, e Dante sofre com dores no joelho.

Dores que o tiraram ontem do jogo no terceiro set e que atrapalharam a preparação da equipe para Londres.

Além do ponta, outras atletas, como Giba e Leandro Vissotto, não estiveram 100% fisicamente. O oposto ficou fora da decisão por lesão.

Bernardinho aponta Bruno e Murilo como os novos líderes e diz acreditar que tem boas peças de reposição para preparar a equipe de 2016.

Mas o treinador não confirmou se continuará no cargo. Diz só ter prometido à família que não vai se dividir mais entre o clube e a seleção -hoje treina o Rio de Janeiro.

"Mas acho que, por causa da pressão e das necessidades, o técnico da seleção neste ciclo tem que ser exclusivo", afirmou Bernardinho.

"Nossa base é boa, e temos meninos novos chegando. Nos próximos anos, vamos ter que correr alguns riscos."

A ascensão de Bruno ao posto de um dos líderes do time, no entanto, pode pesar na decisão do treinador.

"Há pessoas que tentam me atingir por meio do Bruno. Acho injusto porque, como técnico, acho que ele foi o melhor levantador da Olimpíada", afirmou o treinador, que chorou ao falar do filho.

"É uma situação difícil, principalmente para o Bruno. E isso fará parte da minha decisão de continuar ou não [como técnico da seleção]", afirmou o treinador.

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