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O Brasil nos jogos

A delegação brasileira faturou uma medalha a mais do que o COB previu. Mas os oito ouros planejados viraram três... E em nenhuma das modalidades esperadas

Atletismo

O atletismo brasileiro teve sua pior participação em 20 anos. Não ganhou nenhuma medalha, o que não ocorria desde Barcelona-1992.

Pior, não há indicação de melhora para o futuro. As estrelas da companhia, Fabiana Murer, Maurren Maggi e Marilson Gomes dos Santos, não chegaram ao pódio e estarão com mais de 35 anos na Olimpíada do Rio.

Os sinais de renovação são tímidos -o país só chegou a três finais, contra seis em Pequim-2008. Uma exceção é Geisa Coutinho (arremesso de peso), que foi oitava.

Após 25 anos de gestão de Roberto Gesta de Melo, a Confederação Brasileira de Atletismo terá uma troca de poder no final do ano e tem o desafio de mudar o quadro. (RM)

Basquete

As seleções de basquete do Brasil caíram de forma melancólica nos Jogos de Londres. A equipe feminina venceu apenas a última das cinco partidas que disputou, contra a inexpressiva Grã-Bretanha, e terminou na nona colocação. Melhorou só dois postos em relação à campanha de quatro anos atrás.

O masculino, sem desfalques e com maior tempo de preparação entre os favoritos, caiu mais uma vez ante a Argentina no mata-mata.

Rubén Magnano, treinador dos homens, e Luiz Cláudio Tarallo, das mulheres, têm contrato até 2016 e falam em renovação do elenco. A seleção feminina busca naturalizar uma armadora, por falta de opções no país. A masculina precisa de novos alas. (DB)

Boxe

A boxeadora Adriana Araújo e os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão puseram fim a um jejum de 44 anos sem medalhas olímpicas no boxe para o Brasil.

A primeira e até então única havia sido o bronze de Servílio de Oliveira, conquistado nos Jogos da Cidade do México, em 1968.

O campeão mundial Everton Lopes caiu logo em sua estreia nos Jogos de Londres.

Para tentar manter os atletas no amadorismo, a Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) ofereceu a eles contrato para participarem da APB, sua liga profissional.

A vantagem, além do pagamento de bolsas, é a manutenção de seus status de amadores, o que permitiria a participação na Rio-2016. (EO)

Futebol

A seleção feminina de futebol teve o pior resultado de sua história olímpica ao cair nas quartas de final. A equipe masculina foi incapaz de conquistar o ouro.

É louvável que a CBF equipe a seleção feminina com a mesma estrutura que tem a masculina, mas ficou evidente que só isso não basta.

Sem torneios, sem clubes e sem ter onde colher novas jogadoras, a seleção envelheceu e mostrou que a atual geração bateu no teto.

Para os homens, o exemplo a ser seguido é o do México, dono do ouro nestes Jogos de Londres: um time à parte, com treinador próprio, calendário específico e acompanhado de perto pelo chefe da seleção principal. Tempo para isso há de sobra. (MF)

Ginástica

A ginástica artística brasileira vive cenário rachado: a ascensão do time masculino e a decadência do feminino.

O esporte conquistou sua primeira medalha olímpica, com o ouro de Arthur Zanetti nas argolas. Mas caiu sua participação em finais: foram duas em Londres-2012, contra cinco em Pequim-2008.

Isso se deve ao fracasso da delegação feminina, que não obteve nenhuma classificação. A geração Daiane dos Santos (que vai se aposentar), Daniele Hypólito e Jade Barbosa parece desgastada e sem fôlego para ir até 2016. E não mostra substitutas ainda.

No masculino, há a chance de o Brasil formar sua primeira equipe masculina no Rio, com o crescimento de Zanetti e de Sergio Sasaki. (RM)

Handebol

A seleção feminina de handebol teve uma jornada histórica em Londres. Venceu seus três primeiros desafios, um dos quais contra aquela que seria, mais adiante, a vice-campeã, Montenegro.

Caiu ante a Noruega nas quartas de final, após abrir seis gols de vantagem. As brasileiras suspeitaram que as europeias forçaram uma derrota na fase de classificação por um cruzamento menos complicado no mata-mata.

Terminaram na inédita sexta posição. O técnico Morten Soubak renovou seu vínculo até 2016 e terá influência nas categorias de base. Além disso, três atletas da equipe se transferiram para o austríaco Hypo Niederösterreich, onde já atuam sete selecionadas para Londres. (DB)

Judô

Todos os brasileiros premiados no judô em Londres jamais tinham ganhado medalha em Olimpíada. Sua faixa de idade é baixa, o que propicia fôlego a todos para competirem nos Jogos do Rio.

A campeã olímpica Sarah Menezes tem 22 anos, e Mayra Aguiar, bronze, 21. Ambas haviam competido em Pequim.

Felipe Kitadai, 23, e Rafael Silva, 25, estrearam em Londres. Ambos foram bronze.

No Brasil, aliarão a juventude à experiência de já terem sentido a pressão de uma competição multiesportiva como a Olimpíada e conquistado medalhas.

Todas as metas da Confederação Brasileira de Judô foram cumpridas: quatro medalhas no total, uma de ouro, e uma final feminina. (EO)

Natação

A natação brasileira decepcionou em Londres. Conquistou as mesmas duas medalhas de 2008 -desta vez, sem ouro. Mais grave: chegou a menos finais (6 a 5).

Um resultado ruim para a seleção que fez sua melhor preparação da história.

Numa Olimpíada que mostrou já o domínio de uma geração de teens, nenhuma cara nova do Brasil apareceu.

Muitos nem melhoraram suas marcas. Bruno Fratus, finalista no Mundial-11, confirmou a boa fase, e Thiago Pereira foi a grata surpresa.

Para 2016, é preciso ampliar o número de atletas de ponta. E submeter os jovens a mais testes, para obterem resultados sob pressão. Além disso, a natação feminina necessita de socorro. (ML)

Vela

A vela do país chegou a Londres como um dos maiores favoritos ao ouro. Saiu só com um bronze, o conquistado pela dupla da star Robert Scheidt e Bruno Prada.

Assim, a vela deixou de ser o esporte que mais pódios deu ao Brasil, ultrapassada pelo judô. Foi o resultado mais decepcionante da modalidade desde 1992.

Pior. O Brasil disputou em Weymouth, sede olímpica da vela, só três "medal races", que correspondem à final.

Para 2016, a perspectiva não é das melhores. A star, em que os brasileiros sempre são favoritos, deixou os Jogos. Há jovens talentos -Jorginho Zarif, Ana Barbachan e Patrícia Freitas- que precisam ser lapidados para chegar ao Rio com chances. (MB)

Vôlei

Considerado um dos carros-chefes do COB, o vôlei encerra os Jogos com quatro medalhas: uma de ouro, duas de prata e uma de bronze.

A julgar pelo momento ruim das seleções antes da Olimpíada, o vôlei obteve em Londres dois bons resultados: um ouro, no feminino, e uma prata, no masculino.

As duas equipes mesclaram veteranos e novatos. Com isso, terão já uma base formada para a Rio-2016.

Já o vôlei de praia, com apenas uma prata (Emanuel e Alison) e um bronze (Juliana e Larissa), igualou-se a Pequim-2008, quando o Brasil teve seu pior desempenho da história na modalidade.

Para 2016, o COB pretende alcançar seis medalhas nas duas modalidades. (MB)

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