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Governo pressiona o COB com meta única de pódios

2016
Ministro não fala em número, mas objetivo é terminar no top 10

Vanderlei Almeida/France Presse
Paes, Nuzman, irmãos Falcão e Scheidt no desembarque
Paes, Nuzman, irmãos Falcão e Scheidt no desembarque

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Em seu plano de tornar o país potência olímpica, o governo federal pretende criar uma meta de medalhas única com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para a Rio-16.

É mais um passo das autoridades para aumentar a atuação na política de alto rendimento do país, com o crescimento do investimento.

E mais uma pressão sobre o COB após o desempenho modesto em Londres. A entidade e o governo fizeram previsões distintas do número de pódios nos Jogos-12, sendo que o comitê previu menos.

Apesar de sem críticas, ficou claro, ontem, o tom de cobrança do Ministério do Esporte sobre o COB por causa dos cerca de R$ 2 bilhões públicos gastos no esporte de alto rendimento nesse ciclo.

"O governo fez um esforço, não só pelo Ministério do Esporte. As empresas estatais intensificaram esforços. Creio que há uma correspondência [do resultado] daquilo que investimos. Embora, é evidente, precisamos e podemos melhorar muito para 2016", disse o ministro Aldo Rebelo.

O ministro afirmou que o COB "compreende o conceito de que temos que estar à altura de ser país-sede".

Rebelo não quis falar em números. Só reafirmou que o objetivo é ficar entre os dez primeiros países no total de medalhas. O COB usou o número desse grupo para fazer projeções. Coreia do Sul e Itália foram nona e décima, com 28 medalhas cada país.

A nova meta única de medalhas pode ser divulgada já com o plano de incremento de investimentos no esporte, que será anunciado pela presidente Dilma Rousseff provavelmente ainda neste mês.

Foi um programa elaborado em conjunto com o COB e que também estabelecerá metas por esporte. O governo promete divulgar todos os dados. "Com os recursos adicionais, vamos ter uma visão do todo e uma visão do individual, por confederação. Isso será feito aos poucos. Será tudo transparente", declarou Ricardo Leyser, secretário de Alto Rendimento.

"Foi o governo que obrigou o COB a estabelecer plano de metas para Londres-2012. Antes, o comitê se recusava. Foi uma questão de cultura rompida", completou Leyser.

O comitê estimou 16 medalhas. O ministério, 20. "Ficamos na média. Para o COB, foi acima da expectativa. No nosso prognóstico, chegamos perto", declarou Rebelo.

Além da meta única, o plano incluirá bolsa para treinadores, como as dos atletas, e melhorias na infraestrutura. O governo não divulgou qual o valor a ser investido. Mas fica claro que não aceitará do COB um plano pouco ambicioso como o de Londres.

"Temos que trabalhar individualmente com cada esporte para ter o seu melhor resultado histórico. Mas, como a razão se impõe, sabemos que não dá para ter 100%. Mas o vôlei já se cobra internamente quatro ouros. É importante se situar para saber como ficar entre os dez", justificou o secretário.

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