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Brasil retoma valorização de jogadores no exterior

EUROPA
Atletas nacionais vendidos geram receita de mais de R$ 420 mi

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Oscar quebrou o recorde de venda mais cara de um clube nacional para o exterior. Dias depois, essa marca foi superada por Lucas. E Thiago Silva se tornou o zagueiro mais caro da história do futebol.

A atual janela de transferências mostra a valorização de um produto que andava em baixa no mercado europeu: o jogador brasileiro.

A duas semanas do fim do período de contratações, os 98 clubes que formam a primeira divisão de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França, as maiores ligas do continente, já incorporaram a seus elencos 38 atletas do país pentacampeão mundial.

O número não inclui jogadores que retornam de empréstimo nesta temporada.

A soma dos valores envolvidos nesses negócios alcança os € 170,5 milhões (pouco mais de R$ 423 milhões).

A quantidade de transferências e as cifras geradas por elas estancam um movimento de queda na procura de brasileiros nas grandes ligas europeias iniciada quatro anos atrás. E uma forte retomada dessa matéria-prima.

Em 2008, 47 jogadores aptos a defender a seleção brasileira assinaram por times da elite desses cinco países na janela de verão (meio do ano), movimentando € 229,5 milhões (R$ 570,3 milhões, segundo a cotação atual).

Desde então, esses números entraram em uma escalada decrescente. E o fundo do poço chegou no ano passado.

Foram apenas 24 negócios, a um custo de € 40,8 milhões (R$ 101,3 milhões), menos do que os valores pagos recentemente pelo Paris Saint-Germain para contar com Thiago Silva e, depois, com Lucas.

E o jogador brasileiro, que antes brilhava por grandes clubes, foi obrigado a migrar para mercados periféricos, como Ucrânia e Rússia.

"Minhas conversas com empresários estrangeiros, principalmente os ingleses, não eram nada animadoras. O mercado para brasileiros estava bastante restrito", afirma o advogado Marcos Motta, intermediário de boa parte das transferências de atletas locais para o exterior.

"Os jogadores daqui estavam sendo substituídos por argentinos, por questões táticas, de adaptação mais fácil e passaporte", completa.

Segundo ele, o pesado processo de renovação da seleção depois da Copa-2010 teve papel determinante nessa recuperação de mercado.

Mesmo com resultados pouco empolgantes, o time de Mano Menezes apresentou à Europa uma safra de jovens com margem de crescimento.

"Os jogadores da seleção estavam estagnados. Já tinham muito tempo de Europa e salários proibitivos, o que os deixava sem giro."

Com espaço recuperado, o Brasil possui três dos quatro atletas mais caros desta janela (o belga Eden Hazard, que custou € 40 milhões ao Chelsea) é o intruso da liga.

E virou prioridade na reformulação de alguns elencos. A Roma, por exemplo, acertou com quatro jogadores do país e ainda negocia empréstimo com o zagueiro Marquinhos, do Corinthians.

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