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Juca Kfouri

O Brasileirão pegou

Sem mais nada para atrapalhar, o campeonato embala. E com o Galo com cara de campeão

QUATRO ALVINEGROS protagonizaram dois jogaços em Santos e em Belo Horizonte. Por coincidência, 3 a 2 para os anfitriões foram os dois resultados de dois jogos muito parecidos em todos os seus detalhes.

No Independência, o Galo começou com tudo, Ronaldinho Gaúcho jogando demais, mas quem fez 1 a 0 foi o Botafogo. Na Vila Belmiro, o Santos quase abriu o placar com André logo de cara, mas foi o Corinthians quem saiu na frente.

Tanto o Galo quanto o Santos empataram ainda no primeiro tempo e começaram os segundos tempos em busca das viradas que vieram rapidamente. Pena que o gol santista em impedimento no começo, no meio e na conclusão do lance.

Como foi pena que, em lance muito mais difícil, a arbitragem não tenha dado um pênalti cometido em Seedorf, apesar de ter marcado outro, existente, em passe dele.

Ou seja, 3 a 3 poderiam ter sido perfeitamente os resultados dos dois clássicos, embora, pelos segundos tempos, Galo e Santos tenham sido mesmo melhores em campo.

O Galo faz uma campanha que não deixa dúvida sobre seu favoritismo ao título, embora a do Fluminense, apesar de aos trancos e barrancos, não o deixe em paz. Os mineiros venceram 13 dos 17 jogos que disputaram, impressionantes 82% de aproveitamento contra 72% dos cariocas, e perderam apenas uma vez, para o São Paulo, no Morumbi, mais de dois meses atrás.

Contra o Botafogo o time não só jogou bem como mostrou uma vontade que, se não surpreende pela tradição do Galo Vingador, chama a atenção pela abnegação exatamente de Ronaldinho, por mais que sua dupla bem-sucedida com Jô seja explosiva e fonte permanente de tensão, expectativa de confusão fora de campo. O clássico da Vila não ficou atrás, à altura dos dois últimos campeões da Libertadores, e, se Neymar não brilhou, foi tão decisivo como Ronaldinho, também participando de dois dos gols santistas.

Com o Galo desse jeito, o Flu na cola, o Santos inteiro de novo, assim como o Corinthians, o Inter completo, mais a regularidade do Vasco e sem seleção, Olimpíada ou Libertadores para distrair, tudo indica que a tarde de domingo, com 18 gols em quatro jogos (somados os de Porto Alegre e Curitiba) seja o sinal de que agora é para valer.

Sim, logo mais teremos a seleção em amistosos, a Copa Sul-Americana está aí, mas, não tenha dúvida, a bola da vez é o Brasileirão, mesmo prejudicado pela falta do Mineirão (já imaginou?) e do Maracanã.

Se Cuca mantiver a cabeça fria, não entrar em depressão à medida que o campeonato se aproxime do fim, eis que, 41 anos depois, o Galo tem tudo para ser bi.

Aliás, você já notou que, apesar de a CBF dizer que "unificou"os títulos brasileiros, a Globo continua com as estatísticas apenas de 1971 para cá? No que faz muito bem.

blogdojuca@uol.com.br

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