Índice geral Esporte
Esporte
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Após erro, Marin muda comando da arbitragem

CBF
Pressionado, presidente incha setor e aumenta orçamento do apito

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Três dias depois dos erros cometidos pelo auxiliar Emerson Augusto de Carvalho, que prejudicaram o Corinthians no clássico contra o Santos, o presidente da CBF, José Maria Marin, cumpriu a promessa de fazer mudanças drásticas na arbitragem brasileira.

De uma só vez, decidiu trocar o comando do órgão que controla a escalação e o trabalho dos juízes e aumentar o investimento nessa área.

Alçou Aristeu Leonardo Tavares, levado à CBF por Marin apenas quatro meses atrás para ser ouvidor de arbitragem, ao posto de presidente da Comissão de Arbitragem.

E inventou um novo setor para abrigar Sérgio Corrêa. O antigo mandatário do apito brasileiro será chefe do recém-criado Departamento de Arbitragem da entidade.

Corrêa agora desempenhará um papel mais burocrático. Será responsável pela área de logística e documentação dos juízes. E receberá, pelo menos, o mesmo salário.

Já o novo chefe de arbitragem ganhará um polpudo aumento e terá remuneração similar à do seu antecessor.

Isso significa que o setor do apito terá pelo menos dois salários compatíveis com a função de dirigente máximo.

Com Ricardo Teixeira, presidente que deixou o cargo em março, o orçamento anual da CBF para a área de arbitragem era de R$ 2,5 milhões.

O valor investido já havia sido aumentado por Marin em maio, quando criou a ouvidoria de arbitragem, órgão destinado a receber as reclamações feitas pelos clubes.

A arbitragem é uma das principais preocupações do presidente da CBF porque erros de juízes constantemente se traduzem em críticas e desgaste de relação com dirigentes de times e federações.

A Folha apurou que Marin é bem mais suscetível a esse tipo de pressão do que Teixeira. Ao contrário do antigo mandatário, ele ainda está construindo sua base de aliados e tenta agradar a todos.

Foi o que aconteceu agora.

A troca no comando da arbitragem já vinha sendo articulada pelo presidente havia tempo. Foi adiada inicialmente por causa da Olimpíada e saiu do papel logo depois do erro de arbitragem de maior repercussão recente.

No domingo, Carvalho validou um gol do Santos no 3 a 2 sobre o Corinthians com três momentos de impedimento na mesma jogada.

O auxiliar, do quadro da Fifa, foi punido por Corrêa com o afastamento dos jogos do Brasileiro e terá de passar por três semanas de reciclagem. Imediatamente, Marin cobrou penas mais pesadas.

"Não toleramos que a arbitragem não corresponda aos anseios, não só de dirigentes, mas, também, dos torcedores. Ainda não estou satisfeito. Aguardem, estamos no início da semana, mas talvez eu tome outras providências", afirmou na terça.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.