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Para treinadores, apenas talento não basta para ter bons atletas

DA ENVIADA A KINGSTON E TRELAWNY

Um treina crianças humildes de 12 a 17 anos no interior da Jamaica. O outro, astros consagrados como Asafa Powell, Nesta Carter, Shelly-Ann Fraser-Pryce e Shericka Wil- liams num dos principais clubes de atletismo da capital.

Mas tanto para Yeoukeo McKay, treinador do colégio William Knibb, que revelou Usain Bolt, como para Paul Francis, um dos fundadores do MVP Track and Field, o segredo para o sucesso dos corredores jamaicanos é trabalho duro e muita disciplina.

"Claro que é preciso talento, porque seria difícil treinar um estudante que não tem habilidade para o esporte", afirma McKay. "Mas só isso não basta, e é aí que entramos. Trabalhamos o atleta para que seja capaz de elevar seu talento ao nível máximo."

Segundo o treinador e professor de educação física, a forte concorrência no país também os força a melhorar.

"Aqui não adianta você achar que, se correr os 100 m em 10s5, você tem lugar garantido na seleção jamaicana porque a quantidade de gente que corre abaixo dos 10s é enorme. E é na escola que os atletas aprendem a ser lutadores e como treinar."

Este aprendizado obrigatoriamente passa pela disputa do Champs, o campeonato entre escolas, que chega a reunir mais de 30 mil pessoas nos estádios todos os anos.

Depois de representarem suas escolas, os jovens atletas jamaicanos passam para a fase seguinte do processo, a ida para Kingston, para treinar em um dos dois clubes que hoje existem na cidade.

Além do MVP, mais antigo, o Racers, no qual treinam Bolt, Yohan Blake, Warren Weir e outros, foi fundado em 2009 para atender a grande demanda. Ambos estão instalados em universidades.

"Temos muitos diamantes brutos que precisam apenas serem trabalhados. A piscina de talentos que temos na Jamaica é muito boa, mas não é diferente da de outros países da região. Por isso, um bom treinamento é fundamental para que eles cheguem ao mais alto nível", explica Francis, cujo irmão, Stephen, o ajudou a fundar o MVP e esteve em Londres.

"Atualmente os atletas sabem que não precisam mais ir para os EUA para poder treinar, e muitos países já copiam nossos métodos. Não é à toa que a final dos 100 m em Londres foi a que teve a mais acirrada disputa da história."

(TC)

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