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Comandantes do Comitê de Ética não são fãs de futebol

FIFA Entidade escolhe juiz e advogado sem ligação com o esporte para ter independência nos julgamentos

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

Os homens escolhidos para chefiar julgamentos e investigações de denúncias que envolvam membros da Fifa não são fãs de futebol.

A distância do esporte foi um dos requisitos nas escolhas do juiz alemão Hans-Joachim Eckert e do advogado norte-americano Michael J. Garcia para o comando das câmaras do Comitê de Ética.

A sugestão para ter representantes que não tivessem ligação com o futebol, principalmente qualquer tipo de vínculo com clubes ou federações, foi apresentada no relatório elaborado pelo comitê independente criado pela Fifa para indicar reformas na entidade. O grupo foi comandado pelo professor de direito suíço Mark Pieth.

O conselho foi seguido ao extremo. Tanto Eckert, juiz que tem como base Munique, quanto Garcia, que foi procurador no estado norte-americano de Nova York, não têm relações afetivas com futebol.

"Um dos critérios deste trabalho foi ter independência em relação ao futebol, um critério que realmente eu cumpro. Uma das coisas pelas quais estou ansioso nesta função é conhecer melhor o futebol", disse Garcia ao assumir o cargo, em entrevista divulgada pela Fifa.

Sua principal fonte para detalhes relacionados ao esporte antes de assumir o cargo era sua filha. Ela participou de jogos e treinamentos no colégio que frequenta nos EUA, onde as meninas têm contato maior com o soccer (nosso futebol para os norte-americanos) do que os garotos, que jogam beisebol, futebol americano e basquete.

"Embora eu certamente não possa dizer que tenha intimidade com o esporte, tenho interesse e familiaridade. Trago um novo método à organização", disse Michael J. Garcia, que comandará a câmara de investigação.

Já Eckert não conhece nem o Allianz Arena, um dos principais estádios do planeta, casa do Bayern em Munique e palco de abertura da Copa do Mundo de 2006.

Ele foi a um jogo, uma vez, no estádio Olímpico, acompanhar um promotor italiano em visita à cidade. Quem jogava? "Inter de Milão ou Juventus", disse Eckert em entrevista divulgada pela Fifa, sem lembrar da partida a que assistiu. Ele cuidará do tribunal do Comitê de Ética.

Eles assumiram em julho, medida tomada pelo presidente Joseph Blatter em meio às denúncias de corrupção, que envolvem também os brasileiros João Havelange (ex-presidente da Fifa) e Ricardo Teixeira (ex-chefe da CBF), e da suspeita de compra de votos na eleição para a presidência da entidade e para a vitória do Qatar como sede da Copa do Mundo de 2022.

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