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Melhor campanha no 1º turno nos pontos corridos, Atlético-MG vê Ronaldinho menos fominha e mais participativo do que no Flamengo

LUIZ COSENZO
DE SÃO PAULO

Depois de brigar para escapar do rebaixamento até a penúltima rodada em 2011, o Atlético-MG é a sensação do Brasileiro deste ano.

Com um jogo a menos que os seus principais adversários na briga pelo título, o time fecha a primeira parte da competição com 43 pontos e 79,6% de aproveitamento -o melhor desempenho desde 2003, quando o torneio passou a ser disputado por pontos corridos.

A campanha do Atlético-MG superou a do Grêmio de 2008, que detinha o melhor aproveitamento na primeira parte do campeonato. Na época, o time gaúcho obteve 71,9% e foi vice-campeão. O título ficou com o São Paulo.

Na opinião do presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, o diferencial está na vontade dos atletas.

"Os jogadores estão querendo. Todos estão imbuídos de dar essa alegria aos torcedores. Aqui todos os jogadores são operários", disse o dirigente. "A gente dá toda a estrutura necessária e paga em dia. Dentro de campo eles têm que resolver."

Não foi só o clube que passou por uma transformação de um ano para o outro. Principal contratação da equipe, Ronaldinho é um exemplo da mudança positiva -pelo menos nos números.

No Flamengo, seu ex-clube, ele vivia do lado esquerdo do campo e, por muitas vezes, sumia nos jogos. Em Minas, o meia participa mais da organização das jogadas, colabora na marcação e ficou mais disciplinado.

De acordo com o Datafolha, Ronaldinho tem uma média de 4,9 desarmes por jogo no Brasileiro. No último Nacional, tinha média de 3,5.

O camisa 49 também faz mais assistências, lançamentos e cruzamentos do que na antiga equipe. Agora, tem média de 1,3 assistência, 2,1 lançamentos e 8,1 cruzamentos por partida. No Flamengo, os números eram 0,7, 1,0 e 5,7, respectivamente.

Os números mostram ainda que Ronaldinho era mais individualista quando atuava no Rio. Ele tinha média de 2,6 finalizações e 2,6 dribles por jogo. Agora, o meia finaliza duas bolas por partida e tem média de 2,3 dribles.

Ronaldinho tem sido menos indisciplinado. Em 15 jogos, levou apenas dois cartões amarelos. No Flamengo, foram 11 em 31 partidas.

A mudança de comportamento de Ronaldinho coincidiu com o seu novo posicionamento. Enquanto no clube carioca jogava pelo lado esquerdo, no Atlético-MG, ele fica mais centralizado, entre Danilinho, que joga pela direita, e o jovem Bernard, que corre pelo lado esquerdo.

"O Ronaldinho tem jogado muito. Está jogando muito mais do que se esperava dele", analisou Tostão, colunista da Folha.

Apesar da evolução de Ronaldinho e dos elogios de Kalil ao elenco, o presidente já repreendeu o grupo no início do mês. Noitadas dos atletas seriam o motivo da discussão.

Na época, o dirigente negou ter discutido com Ronaldinho e outros atletas.

O Atlético-MG encara agora a Ponte, na quarta-feira.

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