Fifa afirma que bronca pública pôs fim a atrasos

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou ontem, durante visita às obras do estádio de Manaus, que houve uma "vantagem" nas duras críticas que fez ao ritmo dos preparativos da Copa de 2014 no Brasil. "Já não há nenhum estádio com a cor vermelha, [as obras] estão bem encaminhadas", disse.

Em março, Valcke causou polêmica ao afirmar que a organização brasileira precisava de "um chute no traseiro", em referência ao atraso nas obras dos 12 estádios que sediarão o Mundial no país.

Valcke lembrou ontem que, após a sua crítica, em maio, houve um acordo para que a Fifa, o governo brasileiro e os comitês locais buscassem juntos soluções "quando houvesse a impressão de que algo não estaria pronto".

"Nós nos encontramos a cada seis semanas, o que não era o caso antes", disse. "Houve um momento alto da crise, provocada por mim, mas a vantagem disso é que atingimos um nível de cooperação inigualável até agora."

Valcke disse ainda que a arena, que tem 46% do total construído, segundo a Andrade Gutierrez, responsável pela obra, ficará pronta a tempo.

O vice-governador do Amazonas, José Melo, que acompanhou a visita de Valcke, afirmou confiar que o estádio será palco de grandes jogos e não se transformará em um elefante branco, como temem os críticos e parte da torcida.

"Não poderíamos gastar um dinheiro dessa ordem [cerca de R$ 532 milhões] só para uma Copa. Para que a arena não vire [um elefante branco], tenho confiança de que o futebol do Amazonas possa ser dotado de times de valor e contratações fortes para que esse estádio seja palco da primeira e da segunda divisões", afirmou Melo.

O ex-jogador Ronaldo, que é membro do COL (Conselho de Administração do Comitê Organizador) e também visitou as obras, fez coro.

"Logicamente, as equipes daqui deverão receber mais incentivos e patrocínios para voltar às séries B e A e, assim, fazer do estádio um palco competitivo para o futebol." Ronaldo sugeriu ainda que a arena receba eventos internacionais, como shows.