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Fator Lucas

Mesmo ao lado de ídolos são-paulinos, como Rogério e Luis Fabiano, meia faz a diferença no aproveitamento do time

TIAGO RIBAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Rogério é o capitão e líder em campo. Luis Fabiano é o artilheiro e principal atacante. Mas, embora sejam dois grandes ídolos são-paulinos, a peça fundamental para o sucesso do time é Lucas.

Nas oito partidas em que o meia vestiu a camisa tricolor neste Brasileiro, a equipe obteve seis vitórias, um aproveitamento de 75% dos pontos disputados.

Sem Lucas, o São Paulo não consegue manter esse nível. Foram 11 jogos sem ele no torneio. A maior parte deles por causa da convocação do jogador para servir a seleção brasileira na Olimpíada de Londres, competição em que o Brasil terminou com a medalha de prata.

Nas partidas em que o meia estava fora, o São Paulo conseguiu quatro vitórias, um empate e seis derrotas -aproveitamento de apenas 39,4% dos pontos disputados.

Para efeito de comparação, o time paulista terminaria o primeiro turno da competição em segundo lugar caso mantivesse o aproveitamento que tem quando Lucas está em campo.

Estaria, assim, dentro da zona de classificação para a Taça Libertadores e brigaria na ponta da tabela com o líder Atlético-MG.

Com Lucas, o meio de campo do São Paulo tem mais qualidade. A equipe recua menos bolas e não recorre tanto a lançamentos e chutões para o ataque.

Em média, o São Paulo faz 1,9 lançamento por jogo com Lucas e 2,7 quando o meia não está em campo.

O número de recuos de bola vai de 3,9 por jogo com o jogador para 5,7 sem ele.

Os outros setores do time também ganham com a melhora do meio de campo.

A defesa toma menos gols (média de 1,13 gol sofrido com Lucas em campo e de 1,36 sem ele), e o ataque é mais efetivo (média de 1,88 gols por partida contra 1,27).

Mas, se por um lado o torcedor comemora a boa fase do meia, por outro fica preocupado por sua recente negociação com o Paris Saint-German. Vendido por R$ 108 milhões, o meia se muda para a França no fim do ano.

Se Lucas não estivesse no São Paulo durante este Nacional e a equipe registrasse no primeiro turno o aproveitamento que teve sem ele, o time chegaria a esta rodada na 13ª posição, brigando contra o rebaixamento e longe de uma vaga na Libertadores.

Antes do início da rodada, o time era o quinto colocado.

O problema criado com a saída de Lucas pode ser resolvido caso a negociação com a diretoria do Santos por Paulo Henrique Ganso dê certo para o São Paulo.

O jogador poderia manter a qualidade que o meio de campo do São Paulo perderia com a ausência de Lucas.

No entanto, para ter o atleta, o São Paulo teria de investir pesado. A multa rescisória do santista é de aproximadamente R$ 53 milhões.

Além disso, ainda pairam dúvidas sobre a condição física do meia.

Para não sentir a ausência de Lucas na próxima temporada, com ou sem Ganso, o técnico Ney Franco terá de diminuir pouco a pouco a dependência de seus comandados pelo jogo individual.

Caso contrário, a torcida são-paulina sentirá muito mais saudade de Lucas.

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