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	Associated Press
	Pistorius cumprimenta o brasileiro Fonteles no pódio em Londres

A arrancada final que garantiu ao corredor brasileiro biamputado Alan Fonteles uma vitória inédita e histórica sobre o sul-africano Oscar Pistorius, nos 200 m, anteontem, na Paraolímpiada de Londres, estava planejada.

"Não tenho a saída muito forte, mas a minha reta final é. Minha estratégia era dar tudo nos momentos finais", afirma Fonteles, que estava 4 décimos atrás de Pistorius após os primeiros 100 m e completou a prova 7 centésimos antes do rival, com 21s45.

O brasileiro está sendo tratado pelos ingleses como o "superstar" dos Jogos.

"Sempre sonhei em ser reconhecido pelo mundo. Ver isso se tornar realidade é muito emocionante. Tomara que as vitórias dos para-atletas aqui nos Jogos sirvam para mostrar para muita gente do que somos capazes e para incentivar outras pessoas."

Em relação à polêmica gerada por declarações de Pistorius sobre a altura do brasileiro (que teve as próteses aumentadas e cresceu de 1,76 m para 1,81 m), não quis polemizar e declara ter aceitado o pedido de desculpas.

"O Pistorius sabe que eu estava dentro das regras. Estou muito tranquilo. Para mim, é página virada. Ele estava de cabeça quente na hora. Para mim, ele vai continuar sendo amigo e ídolo."

Durante todo o dia de ontem, o comitê internacional afirmou que a vitória do brasileiro foi legal e que o procedimento de ampliação da altura das próteses é legítimo.

Pistorius, que também foi alvo de polêmicas justamente por suposta vantagem que teria ao usar próteses para correr e quase foi impedido de disputar a Olimpíada, pediu desculpas públicas e disse que, agora, vai se preocupar com suas marcas.

Analistas esportivos ingleses tratam o caso como uma "dificuldade" do sul-africano de encarar que um corredor mais novo pode ser melhor que ele. Fonteles tem 20 anos, e Pistorius completa 26 em novembro. Foi sua primeira derrota na prova desde 2003.

Nas eliminatórias, Pistorius havia batido o recorde mundial (21s30), que não foi superado por Fonteles.

Pistorius completou a final em 92 passadas contra 98 do brasileiro -dados que mostram que Fonteles venceu pela velocidade de movimentos.

Sobre um novo confronto com Pistorius, nos 100 m, amanhã, Fonteles foi receoso. "Vai ser muito difícil. Os corredores estão com tempos bem próximos. Só posso dizer que vou fazer o meu melhor para batê-lo de novo."

O para-atleta, que é de Marabá (PA), usa próteses de madeira para andar e o mesmo modelo sofisticado usado por Pistorius para correr.

O jornalista JAIRO MARQUES viaja a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro

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