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Um dia em Munique 40 anos depois

Vila Olímpica invadida por terroristas abriga estudantes e presta pequena homenagem às vítimas de 72

SANDRO MACEDO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

Em 5 de setembro de 1972, o mundo do esporte encarou o terror de frente. E perdeu.

Há 40 anos, no meio dos Jogos Olímpicos de Munique, o grupo terrorista palestino Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica e fez de refém a delegação israelense (nove pessoas, após dois serem mortos ao tentar reagir). Depois de quase um dia de negociações frustradas, reféns e terroristas foram mortos numa emboscada malsucedida em aeroporto da cidade.

Apagar a lembrança do que ocorreu em Munique é difícil. Mas o governo alemão deu um jeito de driblá-la sutilmente: hoje, a Vila Olímpica é ocupada majoritariamente por universitários. Pessoas que não eram nascidas em 1972 e com uma certa distância em relação ao atentado, conhecido mundialmente como "Massacre de Munique".

Quando a reportagem da Folha visitou o local, em maio deste ano, alguns estudantes mal sabiam onde ocorrera o ataque terrorista.

"Acho que foi por ali", disse uma jovem apontando para o fundo do conjunto de pequenos prédios. Outros mostravam o edifício 31 da rua Connollystrasse quase com orgulho, como se fosse apenas um ponto turístico.

Cerca de 7.000 pessoas ocupam a Vila Olímpica, ao lado do Olympiapark -além de jovens estudantes, poucos idosos moram no local.

Bicicletas sem cadeados são visíveis em várias portas e são o meio mais fácil de transporte do conjunto habitacional ao metrô ali perto, que leva à universidade.

Muitos dos apartamentos são decorados com flores na janela. Não no edifício 31.

O prédio de três andares é o único com aviso na placa: "Não perturbe os hóspedes".

Uma placa com o nome das 11 vítimas, escrita em alemão e hebreu, decora a porta principal. Cortinas escuras cobrem os cinco apartamentos ocupados pela delegação israelense em 1972. De acordo com um dos moradores, os quartos são usados pela universidade, para hospedar pesquisadores, por exemplo.

Além dos antigos prédios de 1972, mais um conjunto com pequenas casas térreas de alvenaria foi construído.

Um barranco separa o complexo do Olympiapark, parque preferido dos moradores da capital da Baviera.

Lá, a piscina na qual o americano Mark Spitz se consagrou ao conquistar sete ouros (recorde quebrado só em 2008, por Michael Phelps) está ao alcance de qualquer um, mediante uma pequena taxa.

Já o belo Estádio Olímpico abriga shows, competições de esportes radicais e até eventos de cinema ao ar livre. Em maio, recebeu o festival da Copa dos Campeões.

Ao lado da Torre Olímpica, aberta para visitação, uma loja vende suvenires do parque, muitos relacionados ao aquário que está lá. Nenhum sobre a Olimpíada de 1972.

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