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Paraolimpíada

Brasil vence tchecos e é bicampeão na bocha

Dupla vencedora tem distrofia muscular

Lefteris Pitarakis/Associated Press
Daniel Dias, do Brasil, vibra após vencer os 100 m peito. Foi o terceiro ouro dele em três provas individuais nos Jogos
Daniel Dias, do Brasil, vibra após vencer os 100 m peito. Foi o terceiro ouro dele em três provas individuais nos Jogos

JAIRO MARQUES
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Foi segurando a bandeira brasileira com os dentes que a dupla brasileira Dirceu Pinto, 31, e Eliseu dos Santos, 35, da bocha paraolímpica, comemorou ontem, em Londres, o bicampeonato.

Mas o ato não foi mais um charme de atleta. A modalidade é praticada por pessoas com severas limitações físicas ou neurológicas.

Os brasileiros, ambos com distrofia muscular, venceram a República Tcheca na final.

O jogo, para a realidade do para-atleta, exige muita concentração, estratégia e precisão para o encaixe das bolas.

Pode-se jogar com as mãos, os pés ou com o auxílio de instrumentos, nos casos em que o comprometimento físico seja de pernas e braços.

Os competidores lançam bolas azuis ou vermelhas rumo à bola branca, chamada "Jack". Vence o game (são quatro) aquele que conseguir manter o maior número de bolas próximas à branca.

Dirceu e Eliseu contam com a ajuda de familiares para auxiliá-los durante as viagens para as partidas. Atualmente, porém, eles já possuem rendimentos para sustentar uma equipe de apoio.

Para o bicampeonato, a dupla chegou a treinar nove horas por dia. Dirceu, em Mogi das Cruzes (SP), e Eliseu, em Telêmaco Borba (PR).

"Sempre quis praticar um esporte, mas o meu quadro me fazia pensar que seria impossível, até eu conhecer a bocha, que é um esporte como outro qualquer, para praticantes um pouco diferentes", diz Eliseu dos Santos.

O primeiro filho do para-atleta, Nicolas, nasceu durante a ambientação da delegação brasileira, em Manchester, no final de agosto.

"Esses meninos são muito determinados. A medalha não representa só o valor individual deles, mas todo o esforço que fizeram ao longo da vida para estarem aqui", diz Márcia da Silvia Campeão, coordenadora da modalidade.

QUADRO DE MEDALHAS

Além da bocha, o Brasil levou ontem mais dois ouros (Daniel Dias nos 100 m peito e Felipe Gomes nos 200 m no atletismo), três pratas (Daniel Silva nos 200 m e Yohansson Nascimento nos 400 m no atletismo, e André Brasil nos 100 m costas) e um bronze (Jonathan Santos no lançamento de disco) e terminou o sexto dia em sétimo lugar.

O jornalista JAIRO MARQUES viaja a convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro

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