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Juca Kfouri

Um jogo de futebol

Os brasileiros ainda são capazes de jogar bons jogos. Desde que pensem só em jogar

SIMPLES ASSIM.

Depois do fiasco da seleção, tratei de ver o que pude no sábado e no domingo do Brasileirão.

E quase aconteceu nova decepção. Porque, na batata, jogo inteiro, bom de se ver, só um, de cinco acompanhados. Os mais atraentes, em tese, seriam os do Beira-Rio e o do Independência.

O do líder Fluminense, como visitante, e o do Galo, como anfitrião.

Coritiba x Fla interessava pelo desespero e o esvaziado clássico San-São pela posibilidade de, muito mais inteiro, o tricolor se afirmar.

O jogo no Couto Pereira foi o de um time só, o Coxa, que enfiou 3 a 0, flanando. O 0 a 0 da Vila Belmiro foi de cair lagartixa do teto.

O Fluminense ganhou ao seu modo minimalista, menos por simplificar e mais pelo menor esforço, principalmente quando faz, como fez, 1 a 0 no primeiro tempo. Valeu mesmo só por Wellington Nem e por Fred, cumpridor.

O Inter, perdão, por enquanto é uma piada, o inverso do bom e barato, ruim e caro.

O Galo, enquanto entrou na pilha da ansiedade palmeirense no 1º tempo, guerreou, mas não jogou.

Ao voltar para o segundo tempo disposto só a jogar bola, com alterações para atacar e sob o comando de Ronaldinho, aí sim, deu gosto ver que o Galo logo incendiou o clássico para liquidá-lo, embora diante de Palmeiras valoroso, por retumbantes 3 a 0, apenas com Escudero como escudo, volante único.

Sobrou o melhor jogo da rodada, não por acaso o de maior público, no Pacaembu, entre o Corinthians em busca de soluções, e de manutenção de ritmo competitivo, contra um candidato ao título, o Grêmio de Zé Roberto e do recuperado Elano.

Este foi bom de ver durante os 90 minutos, ora sob o domínio de um, ora sob o comando do outro.

Porque o 2 a 0 que o Corinthians fez nos dez primeiros minutos foram absolutamente justos pela eficácia dos alvinegros, mas cruéis para o que os tricolores apresentavam.

Quando, já no segundo tempo, os gremistas diminuíram e deram a sensação que empatariam, cansaram do esforço, foram dominados no fim e sofreram o belo 3 a 1 nos pés do promissor Giovanni

Este jogo, bem disputado, com lances tecnicamente sofisticados, só foi prejudicado por uma arbitragem que exagerou nos cartões e não marcou um pênalti claro em Romarinho, ao que parece, pelo que se viu também no domingo, uma nova moda no apito nacional: a de não assinalar pênaltis claros como os sofridos por Fred, do Inter, Wellington Nem e Luís Fabiano, mas inventar, como inventou um para o Náutico, contra o Botafogo, em jogo que só vi o compacto.

Ah, lamentei não ter dividido minha atenção, em homenagem ao Tostão, entre o jogo de BH e o em São Januário. Porque, do ponto de vista baiano, os 4 a 0 do Bahia sobre o Vasco deve ter sido um jogão.

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