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Negócio da China

Seleção de Mano se aproveita de rival medíocre para dar baile em Recife e aliviar sua crise técnica

Brasil 8
Ramires, aos 23min, e Neymar, aos 26min do 1º tempo; Lucas, aos 4min, Hulk, aos 7min, Neymar, aos 9min e aos 13min, Jianye (contra), aos 35min, e Oscar, aos 30min do 2º tempo
China 0

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

A seleção brasileira enfrentou ontem o adversário mais fraco da era Mano Menezes. E nunca foi tão fácil ganhar.

Pela primeira vez em 35 jogos sob o comando do treinador, o time fez mais do que quatro gols numa partida.

A China aguentou um pouco mais de 20 minutos de pressão do Brasil, então cedeu e só parou de tomar gols quando o árbitro Roberto Silvera encerrou a partida.

A vitória elástica compensa um pouco a pobre imagem deixada na última sexta-feira, no Morumbi, quando o time da CBF sofreu para bater a África do Sul por 1 a 0.

A China, 79ª colocada no ranking da Fifa (em que o Brasil é 12º), foi o adversário ideal para um time fragilizado pela recente perda da medalha de ouro olímpica e motivo de desconfiança a menos de dois anos da Copa-14.

A fragilidade do adversário -física, técnica e tática- ficou evidente desde o primeiro minuto de partida.

O Brasil não cometeu erros porque em nenhum momento foi forçado a isso pelo rival.

O maior mérito do time de Mano Menezes foi levar o jogo a sério o tempo todo.

Os 11 titulares fizeram um inédito abraço coletivo durante o hino nacional.

Todos os dez jogadores de linha participavam das comemorações dos gols.

Os chineses não conseguiam trocar dois passes, cediam escanteios bobos, exibiam ingenuidade inédita nos 34 jogos anteriores da era Mano Menezes. A seleção esteve perto de bater seu recorde histórico de gols -10 a 1 na Bolívia, em 1949, no Campeonato Sul-Americano.

Só não o fez porque perdeu incontáveis chances durante toda a partida de ontem.

Ramires abriu o placar aos 22min do primeiro tempo e Neymar ampliou em seguida.

O segundo tempo foi uma festa. O treino da véspera, em que Mano observou seu time titular tocar a bola sem nenhum adversário para marcar, foi mais difícil.

Nunca um rival do Brasil trocou menos de cem passes num jogo -a China só tentou 91, ainda assim errou 26.

A torrente de gols teve um de Hulk, mais dois de Neymar, um Lucas, outro de Oscar e até um gol contra.

O retrospecto de Mano Menezes agora é de 24 vitórias, cinco empates e seis derrotas.

Ao fim do jogo, o lateral direito Daniel Alves se mostrou cético quanto ao resultado. "A gente é consciente de que precisa melhorar", disse o jogador do Barcelona. "A conexão com a torcida ajuda."

O atacante Hulk, ontem mais festejado pela torcida do que Neymar, ressaltou a "vontade" que a equipe de Mano mostrou diante dos chineses em Recife.

A seleção se reúne na semana que vem, só com jogadores do Campeonato Brasileiro, para enfrentar uma seleção local da Argentina.

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