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Diretoria banca Scolari mesmo que equipe caia

PALMEIRAS
Clube foge à solução corriqueira de demitir treinador

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O técnico Luiz Felipe Scolari já avisou que não abandona o barco. A diretoria nem cogita demiti-lo. E o Palmeiras, se rebaixado, provavelmente irá para a Série B sem usar a mais comum arma dos clubes brasileiros quando vivem situação de desespero.

Dos 34 times que caíram para a segunda divisão desde que o sistema de pontos corridos foi implantado, em 2003, 33 trocaram de treinador na campanha fracassada.

Muitas dessas equipes não se limitaram a fazer só uma mudança no comando. O Guarani, por exemplo, teve cinco técnicos efetivos e dois interinos durante as 46 rodadas do campeonato de 2004.

Curiosamente, o clube de Campinas também foi o único que quebrou a lógica vigente no futebol brasileiro.

Em 2010, Vagner Mancini sobreviveu à competição toda, apesar da campanha ruim. Ele só deixou a equipe, 18ª entre as 20 participantes, depois da última partida.

É esse exemplo que o comandante do Palmeiras não quer, mas pode até seguir.

Após o 3 a 0 ante o Atlético-MG, anteontem, a 13ª derrota do time em 23 rodadas do Brasileiro, Scolari disse que cumprirá seu contrato, que vence no fim do ano, independentemente do que aconteça dentro de campo.

"Se quando fomos campeões eu estava junto, se formos rebaixados também vou estar junto. Ninguém vai se entregar", disse o treinador.

Na cúpula palmeirense, a discussão não é se Scolari ficará até dezembro, mas se ficará para o próximo ano.

O treinador continua com prestígio em alta com a diretoria pela conquista recente da Copa do Brasil, o maior título do clube em 12 anos.

Mesmo antes de levar o Palmeiras de volta à Libertadores, ele já gozava de uma paciência única no clube.

Scolari sobreviveu por quase dois anos à frente do Palmeiras mesmo tendo como melhor resultado uma semifinal de Sul-Americana.

Resultado de uma mistura de fatores que incluía uma alta multa rescisória que foi se desfazendo com o tempo, o prestígio acumulado na carreira e, segundo críticos e aliados de Arnaldo Tirone, a personalidade de evitar conflitos do presidente do clube.

No Brasileiro do ano passado, todos os clubes que terminaram abaixo do Palmeiras, 11º, mudaram de técnicos no decorrer do torneio.

A história se repete nesta temporada. Coritiba, Sport, Figueirense e Atlético-GO, os principais rivais da equipe pela permanência na elite, já não têm mais os treinadores com que iniciaram o Brasileiro. E as mudanças no banco não foram suficientes para livrá-los dessa situação.

A exceção é o Bahia, que, depois de trocar Caio Júnior por Jorginho, venceu três de quatro jogos e abriu folga para a zona do rebaixamento.

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