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Fim

Perigo de rebaixamento faz Palmeiras demitir Scolari depois de 26 meses, tensões e só um título

MARCEL RIZZO
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Ao longo de 26 meses, Luiz Felipe Scolari sobreviveu a resultados decepcionantes, conflitos com dirigentes, brigas com jogadores e críticas ao estilo de seu trabalho.

Só não aguentou o iminente risco de rebaixamento.

O treinador que deu ao Palmeiras o maior título de sua história, a Libertadores de 1999, encerrou sua segunda passagem pelo clube de forma melancólica, com derrota por 3 a 1 para o Vasco, a penúltima colocação no Nacional e sete pontos atrás do primeiro time fora da degola.

Ele foi demitido na tarde de ontem, a três dias do clássico contra o Corinthians e 14 rodadas do fim da Série A.

A diretoria considerou que era necessário um fato novo para evitar o descenso. Julgou que o treinador não mais contagiava o elenco. O próprio Scolari havia dito recentemente que gastara todas as armas que conhecia para motivar os jogadores.

O último a ser convencido de que não havia clima para a permanência do técnico foi o presidente Arnaldo Tirone.

Foi ele quem o segurou nos dois anos de resultados ruins até a conquista da Copa do Brasil, há dois meses. Também o apoiou durante o conflito público com o vice Roberto Frizzo e no motim dos atletas liderado por Kleber.

Tirone sempre afirmou que confiava no trabalho feito pelo treinador. Havia uma multa milionária, reduzida até chegar a perto de um salário dele (R$ 700 mil) -Scolari não abriu mão de recebê-la.

Para a oposição, a insistência em manter o técnico mostrava falta de coragem para bater de frente com alguém de personalidade forte e tão popular entre os torcedores.

Antes de selar a saída do técnico, Tirone, pré-candidato à reeleição em janeiro, consultou a opinião de pelo menos dois ex-presidentes: Affonso della Monica, de quem busca obter apoio político, e Luiz Gonzaga Belluzzo, em tese, oposição a ele.

Até a curta nota oficial em que o Palmeiras anunciou a saída gerou polêmica. O técnico queria que o texto deixasse claro que ele foi demitido. Mas a opinião da diretoria prevaleceu, e foi informado o encerramento de contrato "em comum acordo".

Quatro dias antes da queda, Scolari afirmou que o perigo do rebaixamento não o faria abandonar o clube e que cumpriria seu contrato até o fim, em dezembro. Houve até uma proposta para que ele continuasse no próximo ano.

Além do treinador, o auxiliar Murtosa, seu fiel escudeiro, foi demitido. Outros nomes da comissão técnica que são próximos a Scolari, como o coordenador técnico Galeano e o preparador de goleiros Carlos Pracidelli, estão mantidos a princípio.

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