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Tostão

Salvem o tatu-bola

O tatu-bola, que corre risco de extinção, foi uma boa escolha para mascote da Copa de 2014

Outro técnico, fora Felipão, teria saído antes. O título da Copa do Brasil, sem as principais equipes brasileiras, não tem tanta importância técnica. Tem, e muito, para a história do Palmeiras.

A Copa do Brasil foi também a maior responsável pela atual situação. O título iludiu e criou uma acomodação, por garantir vaga na Libertadores. O elenco do Palmeiras é fraco, mas não é para ser rebaixado. É também absurdo pagar uma fortuna a Felipão ou a qualquer outro treinador.

Um torcedor do Atlético-MG, que vai a todos os jogos no Independência, me disse que nunca tinha visto de perto um jogador tão magistral quanto Ronaldinho. A imprensa não deveria ter receio de elogiá-lo, por não haver segurança de que essa fase vai durar muito tempo. Temos de ver e admirar o Ronaldinho do presente, sem pensar na Copa.

Mesmo sendo o melhor jogador do Brasileirão, pela qualidade, regularidade e presença em quase todos os jogos, Ronaldinho não foi nem deveria ter sido convocado. Não havia motivos também para chamar Luis Fabiano. Ele e Fred, tão pedidos para a seleção, estão, com frequência, contundidos ou suspensos.

Alguns jogadores, como Luis Fabiano, Fred, Ronaldinho e outros mais veteranos, brilham no futebol brasileiro porque estão bem preparados e porque o nível técnico é baixo. Na Copa de 2010, Luis Fabiano estava muito melhor do que hoje. Fred, quando jovem e já artilheiro, ficou longo tempo na reserva do Lyon, da França. Os dois são excelentes, artilheiros, mas nunca foram nenhuma maravilha.

A goleada sobre a China serviu apenas para lembrar que, na única vitória, por 2 a 1, nas três recentes partidas contra o México -o Brasil perdeu as outras duas-, o ataque era formado por Neymar, Hulk e Lucas, sem um típico centroavante.

Mudo de assunto.

Gostei da escolha do tatu-bola para mascote da Copa de 2014. Foi uma sugestão da ONG cearense Associação Caatinga. O tatu-bola está em extinção. É preciso salvá-lo.

O fato de virar uma bola e ter a bola no nome foram motivos também para a sua escolha. A bola precisa ser tratada com carinho. Deveria haver duas regras na seleção. Uma, de que é proibido maltratar a bola. Outra, de que todo jogador de meio-campo teria de saber dar um passe de curva e fazer a bola contornar o corpo do adversário e chegar ao companheiro. Não é uma filigrana. É um recurso técnico.

No Brasil, há um excesso de chutões e de lançamentos longos para o companheiro marcado. Na Europa, predomina o passe burocrático, curto, com a parte interna do pé, de chapa, seguro, para não perder a posse de bola. Os dribles e os passes de curva são raros. "A linha reta não sonha." (Oscar Niemeyer)

A coluna voltará a ser publicada no dia 26 de setembro.

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