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Edgard Alves

Acesso no tênis

O curioso da Davis é que suas disputas, mesmo sem prêmios individuais, atraem renomados atletas

O tênis do Brasil passa por uma boa fase. Dá importante passo ao reconquistar vaga no Grupo Mundial da Copa Davis, a mais importante competição por equipes da modalidade. O curioso da Davis é que suas disputas, mesmo sem oferecer prêmios individuais, atraem renomados atletas desse esporte, normalmente focado nos eventos milionários dos seus circuitos profissionais. A Davis é diferente, funciona mais ou menos como um campeonato de futebol ou basquete ou vôlei, com seleções nacionais correndo atrás do título.

Teve suas disputas iniciadas em 1900 por norte-americanos e britânicos. O Brasil entrou na década de 30, mas só a partir de 1951 ficou ativo na competição. Chegou às semifinais em 66 e 71, na grande fase de Thomaz Koch e Édison Mandarino. Com a instituição do Grupo Mundial (16 países decidindo o título em mata-mata), em 1981, a Davis adotou sistema de acesso e descenso. E o tênis nacional alternou altos e baixos nas disputas. Chegou novamente à semi em 1992, com Luiz Mattar, Cassio Motta, Jaime Oncins e Fernando Roese, e, em 2000, com Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, André Sá e Jaime Oncins. Agora volta ao Grupo Mundial, do qual estava fora desde 2003.

Para o ex-jogador norte-americano Pete Sampras, que ganhou 14 torneios Grand Slam e se destacou como líder do ranking da ATP durante 286 semanas, participar da Davis foi motivo de orgulho. Astros como ele, que integrou a equipe dos EUA nas conquistas de dois títulos (1992 e 1995), abrem mão de lutar por altos prêmios e descanso em um calendário extenuante para participar da Davis. Às vezes tendo ainda de fazer longas viagens e jogar em pisos diferentes daqueles da semana anterior ou em que atuarão na semana seguinte.

Outro entusiasta da Davis é Gustavo Kuerten, tricampeão em Roland Garros (1997, 2000 e 2001) e que atingiu o topo do ranking mundial. Aliás, sua primeira façanha no tênis foi ter ajudado o Brasil a derrotar a Áustria na Davis de 1996 e garantir a vaga no Grupo Mundial. Kuerten teve seu nome incluído no Hall da Fama do tênis, em julho. Embora tenha encerrado a carreira, ele foi incentivar o Brasil contra a Rússia. Afirmou ter saudade da Davis, que era sempre a oportunidade de jogar em casa, sensação que só artista e cantor sentem ao se apresentar para o seu público.

Como destacou José Nilton Dalcin, no seu blog no UOL, o tênis brasileiro, que ganhou promoções importantes -um ATP lotado em São Paulo, um WTA para 2013 em Florianópolis, terá um ATP 500 no Rio em 2014 e verá Roger Federer e Serena Williams-, completa sua temporada mágica voltando ao Grupo Mundial e se sentindo realmente grande.

Está em alta, sem dúvida. Não é opinião, é fato. Difícil será manter esse status.

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